segunda-feira, 30 de abril de 2012

THE UNABOMBER FILES: Mineiros consagrados da cena em estúdio






Um vídeo com o vocalista Vladimir Korg, do THE UNABOMBER FILES, gravando os vocais para a música Adjust The Timer, no início deste mês, pode ser visto abaixo.



Além de Korg, o grupo apresenta atuais, e ex-membros, das clássicas bandas do metal mundial: Chakal, Overdose, Eminence, The Mist e Sepultura.

O grupo gravou, ano passado, três canções no Estúdio WZ, em Belo Horizonte, com mais uma a caminho. Os títulos são os seguintes: Borderline, The Clown e Buried in My Bunker.




THE UNABOMBER FILES é:

André Márcio (OVERDOSE, EMINENCE) - Bateria

Vladimir Korg (THE MIST, CHAKAL) - Vocal

Paulo Jr. (SEPULTURA) - Baixo

Alan Wallace (EMINENCE) - Guitarra



Fonte: BLABBERMOUTH.NET


Escute as faixas:

Borderline


Buried in My Bunker


The Clown

domingo, 29 de abril de 2012

O Curupira indica: The Grotesquery, Tales from the Coffin Born



Novo projeto de um dos pais do death metal


Nos últimos anos, temos nos deparado com uma verdadeira onda retrô que assola a cena metal mundial, sem mencionar o revivalismo na indústria cultural planetária. Bandas com visual e som de um saudoso passado pipocam mundo afora, tentando ressuscitar os gloriosos dias do final dos anos 1980’s e 90’s: grupos neo-thrash; as hordas clássicas do BM norueguês se reunindo para festivais na Europa, a volta do tape-trading e de gravações em cassete e vinil, inúmeros retornos, lançamentos de livros, festivais etc. Enfim, iniciativas das mais diversas, propondo material de todo os níveis, gostos e preferências – caça-níqueis ou não. Dentro desse espírito (ou seria uma demanda de mercado?) vamos destacar aqui o “supergrupo” de death metal old school, The Grotesquery. Eles soltaram o play de estreia, Tales from the Coffin Born, em 2010. Os caras surgiram em 2009, paralelamente aos eventos que marcaram uma onda retrô na cena do death metal sueco. Acontecimentos, tais como o lançamento do livro Swedish Death Metal, de Daniel Ekeroth, e o show de abertura do mesmo, incentivaram o retorno de várias bandas clássicas da cena sueca. Nas fileiras do projeto, encontramos ninguém menos do que a lenda viva do metal da morte, Kam Lee (ex-Death/Mantas, Massacre) aliado às forças de veteranos da cena death sueca para registrar a bolacha. Na época, ele estava trabalhando com Roger “Rogga” Johansson (Satanizer, entre outros) num projeto death, com temáticas gore, chamado Gone Gnawer, quando tiveram a ideia para um novo grupo. O conceito dessa nova empreitada gira em torno de temáticas líricas baseadas em contos macabros de escritores de horror. Tales é um álbum conceitual, que narra a história de horror sobrenatural, King Diamond´s style. O som? Death metal da velha guarda. Nele você encontra a união de duas tradições históricas, aquela oriunda da Flórida, representada por Lee, e a sueca pré-Gothenburg, peitada por Rogga (guitarras), Notorious Helgetun (bateria) e Grand Master J. Berglund (baixo). Juntos os gringos fazem um som que não vai mudar a vida de ninguém, pois não traz inovações. Porém, é indicado para quem quer se esbaldar com um death básico, divertido, descompromissado e bem-feito, bem na linha de alguns ícones da cena. A música é amparada pelos bem conhecidos guturais de Kam Lee, que por sua vez tem como fundo aquele típico death cru, quase punk, com o baixo abusando da distorção e as guitarras com timbres bem graves, quase garageiras, tudo praticado por formações como Dismember ou Entombed. As canções, do ponto de vista instrumental, são mais melódicas do que técnicas, como pede a tradição sueca. Entres elas existem introduções – às vezes um saco – que lembram filmes de terror classse Z e trabalhos como Rites of the Black Mass, do Acheron, outra banda lendária da Flórida, que esteve em turnê aqui no Brasil, recentemente. Além, é claro, do próprio King Diamond. Destaques para Necromantic Ways, Sepulcher Macabre (bem o early Deicide) e Fall of the house of Grotesque. Chame seus amigos, abra umas cervejas e bote esse disco pra tocar.


Nota do pé virado: 7/10




Confira: The Grotesquery - Fall of the House of Grotesque


sábado, 28 de abril de 2012

Metal e punk em matinê no Santa Tereza



A tarde de sábado vai ser marcada por muita pancadaria musical em um dos bairros mais tradicionais de Belo Horizonte. O pau vai comer solto no sugestivo Recanto da Seresta, localizado na praça Duque de Caxias, 120, bairro Santa Tereza. As bandas Execradores (SP, anarco punk), Tuna (SP, punk rock), Metraliator (BH, thrash até o osso) e Martyrizer (BH, grind) tocam a partir das 14h de hoje, daqui a pouquinho. O ingresso tá barato demais, apenas 10 bucks, e ainda vai ter venda de materiais paralelos, como zines, vinis, camisetas etc. Um programaço para quem quer bater cabeça desde cedo neste sabadão.




sexta-feira, 27 de abril de 2012

Anthrax e Misfits no Rio de Janeiro




Se os três asseclas do Curupira não puderam comparecer à apresentação das bandas lá no RJ, o Ser da Floresta logo tratou de convocar mais um parceiro para a tarefa. O jornalista José Luiz Rocha esteve por lá e conta o que viu aqui em nosso Webzine. As fotos e o vídeo são de Saulo “Kiko” Lima. Enjoy!


Dia 22 de abril, domingo de chuva na Cidade Maravilhosa, que aguardava ansiosa o clássico entre Vasco e Flamengo. Mas para alguns headbangers que esperaram oito anos para assistir a uma das maiores bandas de thrash metal do mundo, o Anthrax, o motivo da ansiedade era outro: o show em parceria com o Misfits. A abertura dos portões da Fundição Progresso estava marcada para as 18:30 horas – eles abriram às 20h. A banda Anesthesia, grupo local cover do Metallica, tocou apenas músicas da época do falecido Cliff Burton. Após 40 minutos de apresentação, os cariocas encerraram seus “trabalhos”, abrindo para as grandes atrações. Não conheço a cena do Rio de Janeiro, mas, aqui em Belo Horizonte, bandas “covers” jamais abririam para uma banda do porte do Anthrax. Aposto que a produção conseguiria uma de qualidade com músicas próprias, em Belo Horizonte, São Paulo, Curitiba e até no próprio Rio. Vá entender.

O Misfits abriu o seu show com The Devil’s Rain, que também é o nome do novo disco da banda lançado em 2011, mantendo a característica que marcou o metal no fim da década de 1970 e começo da de 1980. Apresentavam maquiagem e o visual zumbi que inspiraram diversas bandas de metal, rock e punk. Essa influência não se limitou à estética; contribuiu também com suas músicas rápidas e de letras curtas. Grande parte do setlist foi preenchido com a divulgação do disco já comentado. Com Jerry Only nos vocais e no baixo, Dez Cadena na guitarra e Eric Arce na bateria, os norte-americanos fizeram um show satisfatório. Apesar da “boa vontade” de Jerry Only, é impossível não perceber um imenso abismo na qualidade vocal de uma banda que anteriormente já contou com cantores do calibre (e qualidade) de um Glenn Danzig ou mesmo de um Michael Graves - de passagem curta, porém marcante. Mas, apesar disso, os fãs puderam curtir alguns clássicos como Halloween, Bullett e Die die my darling que ajudaram a lembrar um pouco do grande passado e legado dos caras. Com o Misfits saindo de cena, era a hora da principal atração da noite. Os nova-iorquinos do Anthrax começaram sua apresentação sob muita
fumaça e com Earth on Hell, do mais recente trabalho, Worship Music, lançado no final do ano passado. Logo de cara, já foi possível observar que os thrashers continuam com a mesma força. Belladonna, com toda sua empolgação, animou o público. Scott Ian e Frank Bello também mostraram por que estão entre os músicos mais simpáticos do metal, tocando com empolgação e dispostos a oferecer um excelente show aos fãs. Scott lembrou o hiato de oito anos no Brasil e assegurou que isso não acontecerá mais, afirmando que o próximo espetáculo não será tão demorado assim – quem sabe uma passada em BH? Depois de tocar mais uma do novo álbum, Fight'em Till You Can't, começaram os clássicos. Indians e Among The Living levaram os fãs ao delírio, mostrando porque, para alguns, a banda é considerada uma das quatro maiores de thrash metal do mundo. Após várias porradas, eles encerraram o set com Metal Thrashing Mad. Como de costume, todos esperavam o bis, que voltou ao som de I'm the Man. Quem frequenta a cena sabe que o encore geralmente apresenta uma ou duas músicas. Logo após o fim da música, Scott Ian homenageou os bangers brasileiros, tocando Refuse/Resist, do Sepultura, o que deixou o público mais animado ainda. A noite foi concluída com I Am the Law. A atual formação, com Joey Belladonna (vocal), Scott Ian (guitarra), Frank Bello (baixo), Rob Caggiano (guitarra) e Charlie Benante (bateria), deixou o público mais do que satisfeito e se lembrando da promessa de Scott. “Não vamos demorar mais oito anos para voltar ao Brasil”. Estamos torcendo por isso…



Sinta um pouco da energia do show neste trecho de Indians:

Set Lists:

Misfits

1-The Devil's Rain

2-Vivid Red

3-Land of the Dead

4-The Black Hole

5-Scream!

6-Twilight of the Dead

7-Father

8-Static Age

9-Bullet

10-She

11-Abominable Dr. Phibes

12-American Psycho

13-The Shining

14-Dig Up Her Bones

15-The Monkey's Paw

16-Halloween

17-Skulls

18-Hatebreeders

19-Where Eagles Dare

20-Thirsty and Miserable (Black Flag cover)

21-Saturday Night

22-Descending Angel

23-Die, Die My Darling

Anthrax

1-Earth on Hell

2-Fight 'Em Till You Can't

3-Caught in a Mosh

4-Antisocial

5-The Devil You Know

6-Indians

7-In the End

8-Got the Time

9-Deathrider

10-Medusa

11-Among the Living

12-Be All, End All

13-Madhouse

14-Metal Thrashing Mad

Bis:

15-I'm the Man

16-Refuse/Resist (Sepultura cover)

17-I Am the Law

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Paradise Lost lança novo trabalho e guitarrista comenta discografia






A lenda britânica Paradise Lost lançou seu décimo terceiro álbum, Tragic Idol, nessa terça-feira, 24, o último petardo em uma discografia que está rapidamente se aproximando a um quarto de século de lançamentos. Para comemorar essa conquista, os gringos da Decibel Magazine pediram ao guitarrista Greg Mackintosh que escolhesse e comentasse álbuns de outras bandas. Desde que elas, de alguma forma, estivessem relacionadas ou fossem influência para a banda durante a composição e gravação de cada um dos treze registros do Paradise. Os parâmetros mostram onde a cabeça do guitarrista estava, musicalmente falando. Achamos que você vai encontrar algumas de suas seleções bastante surpreendentes. Reunimos as pepitas de Greg em um playlist pouco convencional, que segue logo abaixo.







Lost Paradise (1990): Celtic Frost’s Morbid Tales Esse foi um album muito importante para nós, quando começamos, e continua a ser tão relevante para mim hoje. Era uma coisa vil, que tinha um ar de requinte primitivo que muitos de seus contemporâneos não tinham.


Gothic (1991): The Sisters of Mercy’s First and Last and Always Eu estava muito envolvido com podreiras e death metal na época, mas eu sempre tive uma quedinha pelas “irmãs”. Eram sombrioss e taciturnos, e eu queria adicionar algumas doses para nossa sopa de desgraça e morte. Isso pavimentou o caminho para o gothic metal, eu acho.


Shades of God (1992): Black Sabbath’s Master of Reality Eu estava envolvido com uma fase clássica de doom metal na época deste álbum, e quem melhor para representar a influência que os pais fundadores do bagulho. Este álbum em particular, tinha essa atmosfera “sludgy” que eu estava procurando em faixas como "Into the Void".


Icon (1993): The Cult’s Sonic Temple Eu gostava de um monte de coisas no início do The Cult também. Eles tinham essa fórmula rock-de-esédio-encontra-gótico que funcionava surpreendentemente bem. Eu acho que a adição de influências como esta na mistura realmente nos ajudou a encontrar o nosso som.


Draconian Times (1995): Queensrÿche’s Empire. Eu não era fã de Queensrÿche, mas [vocalista do PL] Nick [Holmes] me aplicou o Empire, e devido a um novo interesse que eu tinha em técnicas de produção, eu achei um álbum fascinante. Eu pensei que se pudéssemos obter sons tão cristalinos como os deste disco, e ainda manter a ética de composição do Icon, poderíamos criar um grande trabalho.


One Second (1997): Depeche Mode’s Songs Of Faith And Devotion Nós estávamos num processo de ficar em turnê e gravar sem parar durante quatro anos, e eu estava de saco cheio com a coisa do gothic metal, por isso precisava de uma mudança. Começamos a experimentar elementos mais eletrônicos e técnicas de produção diferentes. Era mais sobre manter a coisa toda interessante para nós, e respeitamos bandas como Depeche Mode, que foram uma referência na época.





FONTE:  DECIBEL MAGAZINE.COM

Trailer/teaser do novo album



terça-feira, 24 de abril de 2012

Metal & Arte na Gringa!

O Grammy Museum, em colaboração com a revista Revolver, lançou uma das suas principais exposições, batizada Golden Gods: The History Of Heavy Metal, inaugurada em 11 de abril deste ano. Através de artefatos raros de lendárias bandas de metal e experiências interativas, a exposição vai mostrar aos visitantes as origens do metal, seus muitos subgêneros, as bandas que o fizeram famoso, além de oferecer um olhar sobre as controvérsias que tem rodeado o estilo em suas quatro décadas de existência. Lançado no mesmo dia do Revolver Golden Gods Award, premiação que acontece na porta ao lado, no Club Nokia, em LA Live, esta será a primeira grande exposição realizada no museu que explora o heavy metal nos Estados Unidos, e o impacto em todo o mundo. Os visitantes poderão desfrutar de uma vasta gama de itens, incluindo:

* As letras manuscritas e desenhos de Lemmy Kilmister do MOTÖRHEAD;

* Várias peças de guarda-roupa, de bandas como BLACK SABBATH e GWAR;

* Os adereços de bandas como Alice Cooper, Iron Maiden, Slayer e outros mais;

* Um "stand grito," interativo projetado para introduzir a técnica vocal de metal;

* Várias guitarras famosas, incluindo a BC Rich de Chuck Schuldiner do DEATH;

* Os cartazes de shows, livros turísticos e lembranças de fãs.


Para mais informações sobre a exposição, acesse:

http://www.grammymuseum.org/interior.php?section=exhibits&page=golden_gods

fonte: BLABBERMOUTH.NET

segunda-feira, 23 de abril de 2012

O Curupira foi: Flaming Hell III

Quinta-feira, 19 de abril, Dia do Índio. Num país em que manifestações culturais só chamam a atenção quando têm origem gringa, como Saint Patrick´s Day, Halloween, a data facilmente passa despercebida. Mas neste ano houve uma analogia que ameniza o descaso do brasileiro com suas origens. Mas não foram índios os contemplados, e sim mexicanos – originais e “genéricos”. Ao invés de cocares, tacapes e tambores, bandanas, guitarras e o famigerado machetazo municiaram os protagonistas. Mas o mesmo grito libertário de guerra, executado por nossos ancestrais, ecoou na semana passada, graças à baderna organizada apresentada pela lenda Brujeria, além dos convidados. O show fez parte da terceira edição do Flaming Hell, que teve também a escalação das bandas Possuído Pelo Cão e Colt 45. Desta vez, o público, se não lotou a casa, pelo menos compareceu em número plausível. Na segunda apresentação o local já estava satisfatoriamente abastecido por bangers ávidos por uma quebradeira saudável. Talvez pela visibilidade do fenômeno headliner, ou da mistura de “tribos” na noite, no fim das contas é sempre melhor andar esbarrando nas pessoas do que com espaço de sobra em eventos desse porte. Sinal de que estão suportando a parada, pena ter sido uma cena muito rara nos últimos tempos. Não obstante, há luz no fim do túnel...

Quem ciceroneou a noite foram os mineiros do Colt 45. Marcelo Santana (voz), Rafão Reis (baixo), Tiago Carvalho (bateria), Luis Monteiro e Caio Ribeiro (guitarras) fazem um som bem pesado, carregado nos graves. Uma proposta bem moderna, fica meio chato rotular, mas é possível classificar o som como deathcore, apesar de algumas passagens flertarem com o thrash. Uma apresentação coesa, cheia de vigor. A única falha ficou na opção dos caras em como aproveitar o tempo disponível. Solos de bateria já são dispensáveis quando a banda é grande – nós comentamos isso semana passada, quando Donald Tardy ficou punhetando com as baquetas, como de costume – imagina quando o espaço ainda não foi conquistado. Isso sem falar em tocar cover. Oportunidade para aparecer frente ao público da sua cidade, em show grande, não aparece sempre. Da próxima vez, que o grupo coloque mais material próprio. É só uma dica.
Logo depois os candangos politizados do Possuído Pelo Cão sobem ao palco. Trata-se de um projeto paralelo de dois músicos de bandas renomadas na cena underground nacional: Violator e DFC. Poney Ret (vocal) e Túlio Swanker (baixo) são acompanhados pelos parceiros Lucca Novato, Barbosa (guitarras) e Tubarões (bateria). A proposta é aquele crossover quiçá vintage, com muita influência norte americana, principalmente os primórdios do D.R.I., também S.O.D., Cro Mags etc. Bandas homenageadas no palco, como Slayer e Dorsal Atlântica também fazem parte do tempero. Acordes rápidos, gritos às vezes ininteligíveis, e energia de sobra. Letras como Ugly Inside Too e Catholic Beast, evidenciam e criticam as mazelas de nossa sociedade, tão eficiente em despertar a fúria de quem sobrevive com ela. Uma pena poucas bandas não aproveitarem o intelecto para manifestar o repúdio aos nossos governantes, cada vez mais voltados para o próprio umbigo e fodendo com esse país.

Desabafos à parte, hora da atração principal. O que Belo Horizonte recebeu semana passada, a segunda vez na história, foi a presença de um dos projetos mais legais da cena mundial. Hoje em dia, algumas bibliografias ajudam bastante no olhar científico sobre a manifestação cultural. Monografias (inclusive a minha) foram feitas inspiradas de alguma forma pelo “feitiço” heavy metal. Nos textos, a unanimidade impera quando se afirma que o movimento surgiu como uma resposta a um grupo social dominante. A negação religiosa e o culto ao grotesco alimentaram, de forma subjetiva, muitos jovens da época, pois eles sabiam que esses eram alguns pontos fracos da sociedade que os subjugava. Nesse contexto, muitas bandas surgiram levando o ideal a sério demais, ou nadando na raia oposta, sem responsabilidade alguma. Daí quando surge um bando de malucos querendo adorar o diabo e justificar o tráfico de drogas, tocando música extrema, o tiro é certo. Juan Brujo, Fantasma, Pinche Peach (vozes), El Cynico (baixo), Hongo Jr. (bateria) e Guero El Viey (guitarra) sabem disso. Logo de cara Pito Wilson, música que abre o disco Raza Odiada com a morte de um político norte-americano, avesso à invasão de mexicanos em seu país, durante um discurso.
E vale uma pergunta: existe banda “pula-pula” mais bacana que o Brujeria? Musicalmente falando, os caras vão do defão pesado e rápido até o mais envolvente acorde repetitivo da guitarra, com a bateria no esquema bumbo-chimbal-caixa-prato. Como exemplos, a nervosa Colas de Rata e a cansativa Brujerizmo foram executadas na noite. O que vale mais destacar é a postura dos músicos. Há muito tempo toda a aura de mistério que pairava dissipou-se. Mas, no ínicio dos caras, em 1990, tudo era nebuloso. Até hoje não se sabe ao certo se Juan Brujo e Fantasma, os big bosses do grupo, realmente tinham envolvimento com o cartel meliante da conexão Colômbia/México. Mas a identidade não manteve essa névoa. À exceção da dupla citada, o resto todos os fãs já sabem quem são e de onde vieram. E adoram! Uma coisa que ficou meio sem entender é que a banda apresentou um line up para a tour e tocou com outro. O baterista El Podrido (Adrian Erlandsson, que tocou no At the Gates), e o “Midas” Hongo (Shane Embury, Napalm, Lock Up, Insidious Disease e outras dez bandas legais) apesar de escalados, não vieram. Os suplentes foram o já conhecido de BH, Hongo Jr. (Nick Baker, Lock Up, Testament, Dimmu e outras mil) e um camarada com cara de roadie cujo nome
lá em cima nem sei se foi escrito corretamente. De qualquer forma a festa foi garantida, principalmente após a quarta música, quando o único unmasked aparece no palco e não sai mais. Pinche Peach, se tivesse os pés virados, poderia dizer que veio da floresta, assim como esse webzine. Seu visual remonta a um ancestral do Curupira que, de tão feio, teve o nome esquecido. Sem brincadeiras, Pinche sabe muito bem cativar o público, uma prova foi a cabeça que simboliza o polêmico Matando Gueros ser o principal brinquedo do quase diabão. Brujo teve seu mic avacalhado algumas vezes, outras não conseguia cantar mesmo. Cynico visualmente relembra um Jeff Walker não no Carcass, mas na mistubera de metal com country inventada pelo britânico, chamada Und Die Fluffers. Fantasma também tem seu carisma como vocalista, assim como o abominável monstro das baquetas, Hongo Jr. Teve de tudo, passinhos executados pelo trio de frente, Brujo com o facão (ou machetazo) nas mãos, durante a execução de Matando Gueros, e o final com a chata pra cacete, mas indispensável, porcaria eletrônica chamada Marijuana. Dizem que tem disco novo pra ser lançado este ano, vamos aguardar. De qualquer forma, foi uma noite marcada pela diversão. Parabéns a 53HC por organizar um trabalho desse nível e por continuar abastecendo a cena. Boa organização é essencial para que o evento seja um sucesso. Mas é melhor parar por aqui. Frente aos últimos acontecimentos, vamos falar muito sobre isso em breve...


Set Lists:

Colt 45

1-Intro

2-Divine Human Disease

3-Cativeiro

4-The Exhumed Leprous Body

5-Solo bateria

6-A Subjective Disembowelment

7-Grind

8-Troops of Doom (Sepultura cover)

9-Juggernaut

Possuído Pelo Cão

1-A Marcha do Cão

2-Ugly Inside Too

3-Air Mail Surgery

4-Catholic Beast

5-Demo(n)cracy

6-Policial de Cu

7-Too Fast to Die

8-Antichrist (Slayer cover)

9-Toxic Possession

10-Mosh Jocks

11-Anarco Cops

12-Semen Churches

13-Blame Satan

14-Possuído Pelo Cão

Brujeria

1-Pito Wilson

2-El Desmadre

3-Marcha de Odio

4-Colas de Rata

5-Cruza la Frontera

6-Mecosario

7-Vayan Sin Medo

8-Brujerizmo

9-La Migra

10-Anti-Castro

11-Revolucion

12-Intros/No Aceptan

13-Hechando Chingazos

14-Division de El Norte

15-La Ley de Plomo

16-Consejos Narcos

17-Matando Gueros

18-Marijuana

domingo, 22 de abril de 2012

Metal Lovecraftiano


O universo do escritor norte-americano HP Lovecraft é povoado de imagens que nos transportam para outros universos. Lugares onde as leis físicas, químicas e psíquicas, que regem aquilo chamado realidade não fazem o menor sentido. A escrita de Lovecraft tem uma grande influência sobre o mundo do metal, inspirando vários artistas a criarem músicas, letras, capas de disco etc. Um dos exemplos mais notórios é o de Cliff Burton, um verdadeiro obcecado pelo escritor, que nos brindou com pérolas como “The Call of Cthulhu" e “The Thing That Should Not Be”, ambas do visceral Puppets.

Pois Lovecraft parece ter encontrado neste século um dos mais estranhos discípulos no universo musical, o quinteto australiano Portal. O grupo propõe uma obra onde música e imagens imbricam-se, concebendo um verdadeiro pesadelo áudio-visual que remete às regiões mais profundas e ancestrais do nosso inconsciente.

A música tem elementos de technical death metal, também black/death metal de grupos oitentistas como Sarcófago, e de grupos extremos vanguardistas e progressivos como o Morbid Angel. Encontramos também elementos de noise, música industrial e atonalismo (entre outras influências de música moderna de vanguarda). Vibração virtuose e ao mesmo tempo barulhenta, indo aos limites do suportável. Ao vivo e nos vídeos a banda tem uma preocupação obsessiva com a parte visual, com todos os membros do grupo usando roupas, máscaras e capuzes negros sem mostrarem nenhuma parte do corpo, lembrando um pouco o que os suecos do Ghost fazem (embora o som das duas bandas seja completamente diferente). Aliás, existe todo um mistério em relação aos membros do grupo, pois eles não revelam a verdadeira identidade, nem nunca mostraram suas respectivas fuças. Pra completar, eles adotam pseudônimos como Horror Illogium (guitarra), Aphotic Mote (guitarra), Ignis Faatus (bateria), Omenous Fugue (baixo). Destaque para o vocalista The Curator que aparece como uma espécie de sacerdote da escuridão, entre outras roupas esquisitas. Em Swarth, álbum lançado em 2009, a banda leva sua proposta ao paroxismo. Tudo é tão excessivo que se não causa certo estranhamento - ou dor de cabeça - chega a induzir ao transe.
Vamos tentar descrever: imagine o Deicide se entupindo de peiote e traduzindo em sons os piores pesadelos negros de Glen Benton. Ou então que Trey Azagoth abandonasse os seus impulsos revolucionários e cometesse alguns dos seus rifffs mais estranhos, suas escalas mais dissonantes e as quebradas de tempo mais desconfortáveis da história do Morbid Angel.

É mais ou menos por aí. A produção estrutura os instrumentos numa parede de som, em que impera a sujeira e ruídos de toda espécie. Isso sem falar sobre o gutural timbre de Curator parecer ter saído de uma caverna abissal de algum conto lovecraftino. Canções como “Swarth” “Larvae” e “Marityme” remetem tanto a fase clássica do metal extremo, nos 80’s e 90’s, assim como aponta novos caminhos para o gênero. Ainda é cedo para falar, mas provavelmente o grupo deve se tornar uma referência nos próximos anos.

Nota do pé virado: 8/10


Portal - Swarth

sexta-feira, 20 de abril de 2012

A arte cerimonial de Terence Hannum

Terence Hannum, da banda de drone-doom metal, Locrian, não vive apenas de sua música. Ele expressa isso através de representações visuais, cheias de profundidade e reverência. O Trabalho de Hannum corporifica a ligação espiritual que muitos de nós sentimos quando estamos na presença da música ao vivo. “Na maioria das vezes, sinto-me como eu nunca tinha realmente ouvido a música de uma banda até que eu os vi ao vivo, porque as vibrações que emanam dos amplificadores possuem meu corpo e alma de uma forma que a música gravada quase nunca faz”. Hannum pinta imagens desta experiência, a criação de salas góticas com altares de amplificadores e candelabros, invocando a experiência sagrada da música ao vivo. Como Locrian, santuários são para Hannum o poder sombrio da música, as ondas de som que te engolem e provocam calafrios de reverência, que perpassam todo o corpo. Além de suas pinturas a guache, Hannum também criou instalações de vídeo trabalhando o mesmo conceito, como a sua obra "Offering", incorporada abaixo. E ele é o autor de ilustrações de zines que barbaramente apresentam os desdobramentos de seus vídeos e suas pinturas. “Ablation” é uma série de trechos de vídeo que ele tirou de Bloodyminded, um de seus acontecimentos de 2007, e as imagens contidas nesse trabalho trasmitem a intensidade de sua performance ao vivo em um zine que pode ser lido e relido várias vezes. “Death Posture” (Postura da Morte) é uma colaboração com o colega artista Scott Treleaven, e é composta por pinturas, fotografias e imagens feitas por Hannum e Treleaven usando uma camera Super 8. Ambos os zines estão disponíveis para compra no site de Hannum. Terence Hannum é o artista de um artista - ele está profundamente apaixonado por suas criações tanto no nível de sua banda e no que ele faz com as mãos. Confira imagens das coleções deste criador prolífico logo abaixo.

fonte: Cvltnation.com




Confira mais do trabalho de Terence Hannum em:

http://www.terencehannum.com


Vídeo da instalação "Offering" de Terence Hannum.

Offering from Terence Hannum on Vimeo.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

É hoje, cambada!!!

Direto das fronteiras mexicanas, Juan Brujo e seus asseclas trazem à Belo Horizonte o death metal mais criminoso da cena! A terceira edição do Flaming Hell invoca a lenda viva Brujeria, um bando de “cabrones satanistas e apreciadores da vida ilegal”. Brincadeiras à parte, a formação de hoje é praticamente a mesma da primeira vez que eles estiveram na cidade, a mudança é apenas nas baquetas, antes manuseadas por Nick Backer (Hongo Jr.), que toca no Lock Up e já passou por diversas bandas, como Benedicition, Dimmu Borgir, Testament e Cradle of Filth. Atualmente, o baterista é Adrian Erlandsson (El Podrido) que também toca no At the Gates. O restante é composto pelo “Midas” Shane Emburry (Hongo), Jeff Walker (El Cynico), cérebros de Napalm Death e Carcass, respectivamente. Completam o grupo os compadres de origem mexicana, Fantasma e Pinch Peach. Quem já assistiu à apresentação dos caras sabe que, mesmo com a agressividade do som, os caras zoam o tempo todo, especialmente el Brujo e seu machetazo. Diversão garantida. O evento ainda tem a participação dos candangos Possuídos pelo Cão, e os mineiros Colt 45. Se você ainda não adquiriu seu ingresso, atualize-se aí:

Flaming Hell III, com Brujeria, Possuídos pelo Cão e Colt 45.

20 horas, no Music Hall.

R$ 40 meia promocional / ESGOTADA

R$ 45 meia 1° Lote / ESGOTADA

R$ 50 meia 2° Lote / ESGOTADA

R$ 60 meia 3° Lote / em andamento


R$ 80 inteira promocional / ESGOTADA

R$ 90 inteira 1° Lote / em andamento

Pontos de venda:

Centro // 53HC: rua Rio de Janeiro, 630, Loja 53 – TEL: (031) 3271 7237

Savassi // PIETÀ TATTOO: rua Paraíba, 1441 - TEL: (031) 3281 4441

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Karl Sanders fala sobre o lançamento do novo álbum "At The Gate Of Sethu"


Os gringos do cobrametal.net recentemente conduziram uma entrevista com Karl Sanders dos tech death extreme metallers da Carolina do Sul (EUA), NILE . Um trecho da conversa segue abaixo:

CobraMetal.net: Falando do novo álbum, vocês vão lançar "At The Gates of Sethu". Quando começou a ser escrito e qual foi o processo?

Karl: Bem, nós começamos em maio do ano passado depois que terminamos nossa turnê européia para que o album ficasse do caralho. Nós trabalhamos por 10 meses consecutivos, com a exclusão de tudo o mais (risos). Longas horas, todos os dias.

CobraMetal.net: Em cada novo lançamento do NILE, vocês parecem sempre extrapolar os limites do que vocês podem fazer tanto tecnicamente e musicalmente. Você acha que este novo álbum é um reflexo dessa afirmação?

Karl: Certamente. Alguém me disse isso ontem à noite, era um fã do lado de fora do Slim, em San Francisco, basicamente ele pegou o ponto: “se você quer conseguir alguma coisa, não importa o que é, você vai ter que trabalhar para isso. Você coloca o tempo, o esforço e o sacrifício dentro disso”. É o que nós fizemos quando estávamos próximos de criar este novo album.

CobraMetal.net: Quanto ao conceito, o que você pode nos dizer?

Karl: Está num território semelhante a outros trabalhos do Nile, ligados à egiptologia antiga e temas modernos que tenham relação com isso. Nós não abandonamos a nossa identidade e eu não acredito que você deve sacanear seus fãs. Se eles gostam do que você faz, e você mudar muito, não vão gostar. O que importa para mim é quando estou em turnê, eu poder conhecer os fãs reais e partilhar os seus pensamentos... essas são as pessoas que eu escuto. Há um monte de novas idéias dentro da esfera do que fazemos que tentamos incorporar. Estudamos realmente duro a guitarra e têm um monte de novos riffs e ideias musicais. Há um monte de surpresas no album.

CobraMetal.net: Podemos esperar participações especiais neste novo disco?

Karl: Jon Vesano participa do album (nosso ex-vocalista e baixista, de quem ainda somos bons amigos). Jon fez algumas vozes em "Those Whom The Gods Detest" e nos fez perceber tudo de novo, todas as coisas que realmente gostei sobre os vocais dele. Queríamos incorporar algo de sua insanidade (risos). Ele é mau, cara, sabe como canalizar essa possessão interior. Ele encontra uma maneira de chama-lá. É uma coisa grande .

Leia a entrevista original e completa no site Cobrametal.net.

http://www.cobrametal.net/interview-karl-sanders-of-nile

Fonte: Blabblermouth.net

Confira o novo som do Nile - The Supreme Humanism of Megalomania, (ao vivo em Granada)

terça-feira, 17 de abril de 2012

O Curupira entrevista: Bozó (Overdose), parte I


Quando voltamos para os primórdios da história metálica belorizontina, impossível não deixar de citar uma banda em especial. No início dos anos de 1980, ninguém ainda tinha ouvido falar em Rock in Rio, e heavy metal era algo embrionário, de difícil acesso. Não obstante os percalços, vários grupos de cabeludos foram se formando, e deles bandas foram surgindo. A primeira delas com maior visibilidade foi o Overdose. Um quinteto que apresentou à BH o tradicional metal, com um toque de NWOBH, mais o pesado tempero mineiro, aquela tosqueira criativa, tão presente em todas as bandas que surgiram naquele período. Com quase 30 anos de estrada, são seis full-length lançados, que vão do supracitado heavy tradicional ao thrash. O primeiro trabalho foi o histórico Século XX, split EP, de 1985, com o famigerado Bestial Devastation, do Sepultura. Inclusive a logo em “S” tribal do quarteto mais famoso da cena nacional foi criada pelo sujeito que protagoniza esta entrevista. Pedro Amorim do Carmo, 45 anos, 20 deles como tatuador, mais conhecido como Bozó, é uma lenda viva do metal brasileiro. Carismático pra cacete e dono de um favorecido timbre vocal, o atleticano conversou com nossa equipe por quase uma hora, logo após concluir uma tatoo indígena de quase 30 centímetros na coxa de uma gatinha. Eis aqui a primeira parte da conversa, feita pelo repórter Oswaldo Diniz, em companhia de Daniel Cassin, dois representantes urbanos do ser da floresta. Se você tiver tempo, recomendamos ouvir o áudio que vem na sequência. Nele a entrevista vai completa, e é bem mais divertida. Nossa equipe conversou também com o baixista original, Fernando Pazzini. O bate papo será postado ainda nesta semana, assim esperamos.

O Curupira: Qual é a realidade do Overdose hoje?

Bozó: A banda (teoricamente) não existe mais, desde 1998, quando paramos. E fica a fissura, né velho? Eu tenho muita fissura de voltar com o Overdose, acho que infelizmente a questão de grana, uma porrada de banda daqui teve de parar por causa da grana. Eu não tenho vontade de voltar à ativa de novo, até mesmo porque estou com 45 anos, a galera na faixa dos 40, pra retornar teria de ser uma coisa mastigada, trilhar tudo de novo é foda. Por exemplo, o Zé Baleia está tocando com o Eminence, na ativa com força e tal. Pelo menos pra mim fica uma fissura fudida de fazer um show em BH, de azedar, de passar mal! Quero até aproveitar o espaço pra fazer um apelo pra convencer o Cláudio (guitarrista) pra fazer um show em BH... não precisa tocar em lugares como Chevrolet Hall, pode ser em algo menor, tipo Jack, Studio Bar. A ideia é dar sold out, pra zoar o plantão, sacou?

O Curupira: Não seria um retorno, e sim um revival.

Bozó: Exatamente, brother. O Overdose acabou? Não, só não estamos fazendo turnê, nem gravando mais. Tem uma galera que acompanha a gente há muito tempo, e outras que não conhecem. É interessante mostrar pra essa geração nova. Minha vontade é tocar uma vez por ano. A última vez que tocamos foi em 2008, na Virada Cultural de São Paulo, foi do caralho!

O Curupira: O que você acha que impossibilita esse revival?

Bozó: Não sei cara, o Fernandinho (baixista original) eu às vezes coloco o 38 na cabeça dele e obrigo ele a ver se faz. Não sei, o Cláudio às vezes fica com uns empecilhos e tal. Não tem mistério, cara. A gente ensaia, faz um ensaio legal... porra...

O Curupira: O que você mais sente falta da época de estrada?

Bozó: É tocar em lugar legal, com som legal. Lógico também os perrengues dão saudade porque engrossam o coro, é aprendizado. Banda é um puta casamento de aprender a lidar com o ser humano. Mas, principalmente, a saudade é dos shows em Belo Horizonte. Os shows do Ginástico eram bons pra caralho. Casa lotada, sempre tinha shows do Overdose com The Mist, Witchhammer, o próprio Sepultura.

O Curupira: Como é a relação hoje com esses caras das antigas?

Bozó: Ah, hoje em dia o Facebook ajuda muito, reencontrando a moçada. E é engraçado que tá todo mundo com filho, constituindo família e essa coisa toda, mas não parou. Isso que eu acho legal, por isso acho bacana o lance do revival. Em 2004, nós fizemos o Rock História, no Marista, com Angra e Shaman. Lembro que no dia seguinte uns moleques do (bairro) Santo Antônio me pararam e disseram: “vc que é do Overdose?” daí eu disse: “porra, bicho, vc é muito novo pra conhecer o Overdose”. “Não, eu fui lá no show do Marista”, achei do caralho, foi uma coisa que me deu um gás pra tocar de novo. Você vê que a galera nova curte mesmo.

O Curupira: Mas hoje nós vamos em shows e percebemos que a galera mais nova, abaixo dos 20 e poucos anos, diminuiu pra caralho. O que você acha que está atribuído isso daí?

Bozó: É, você não vê muito novo no metal. Nego novo curte som new metal, emo, essas porras, cara. O metal é essa geração mais nossa mesmo. É a questão de show, espaço que não tem tanto.

O Curupira: Por falar em show, queria que vc voltasse nos primórdios do Overdose. Como era no começo?

Bozó: Caralho, primeiro show do Overdose foi em um festival do Colégio Santo Antônio, chamado “Música de Banheiro”. Foi no dia 22 de outubro de 1983. Lembro que, assim, não tinha banda de metal, velho, bem restrito mesmo. O pessoal ficava olhando arregalado, achando estranho pra caralho. Chegava no final do show e a menina perguntava: ‘que que é isso aqui que vc fica fazendo com a mão toda hora?’. E eu respondia: é o símbolo do capeeeeta! E ninguém fazia isso, velho! Chifrinho hoje em dia, bicho, até o Justin Bieber faz. Até a própria tatuagem perdeu o romantismo.

O Curupira: Falando no assunto, como é a sua relação com a tatuagem?

Bozó: Eu gosto de tatuagem desde moleque mesmo. A primeira vez que o (espetáculo) Holiday on Ice veio a BH, os gringos ficavam na beirada piscina do Minas Tênis jogando frisby, com o corpo todo forrado (de tatuagens). Eu falei: que isso? Eu quero essa porra! Logo depois o Fantástico fez uma matéria sobre tatuagem. Eu desenhava os amigos com caneta bic, fui aprendendo com a tinta entrava na pele, tatuando meus primos com agulhinha, aí eu comecei a trabalhar em estúdio, fazendo desenhos pros caras e tal. Quem foi meu mestre foi o Marco Castro, o Marcão Tatoo.

O Curupira: Vocês estão sem tocar tocar desde 1998?

Bozó: Não, em 2008 nós participamos da Virada Cultural de SP, foi legal pra caralho. Depois da gente o Vulcano (considerada primeira banda extrema do Brasil) tocou. No backstage um olhava pro outro e gritava: ‘ahhhh, olha como o cara envelheceu, tá gordo pra caralho! Todo mundo rachando ...

O Curupira: E é isso que fica, vocês são cúmplices de uma geração com muita bagagem. Como que é carregar essa bagagem?

Bozó: Do caralho, experiência de vida, de lembrar das coisas, dos perrengues. Um exemplo é sobre instrumento musical. Antigamente era difícil, tinha Gianini, Fink, Felpa e só. Hoje em dia qualquer moleque tem uma fender e um marshalzinho. Nem vai pro estúdio, grava em casa e fica foda do mesmo jeito.

O Curupira: Ao mesmo tempo que isso dava muito trabalho pra vocês no passado, deve ser uma coisa legal porque, tudo que é conquistado com suor é gostoso pra caralho. A geração de hoje não tem tanto isso.

Bozó: Não tem não. Essa molecada pega o boi (entenda-se, tem sorte). E não é só na música não, no futebol e no skate também. Acabou o romantismo de tudo mesmo, né? Antes jogava bola em campo de várzea, o skatista a mesma coisa, underground pra cacete na rua. Agora é escolinha pra tudo.

O Curupira: Outra coisa que podemos citar como vantagem de hoje, em relação ao passado, é que a mulherada está mais presente nos shows e na cena como um todo. Como era nas antigas?

Bozó: Cara, até que não era assim de todo mal não, sacou? Sempre tinha aquela mais revoltadinha que andava com a gente. Mesmo as Paty gostavam da gente, olhavam os cabeludos. Só não podia admitir, né? Lógico, nos estamos em BH, né? (No passado) Uma mulher daqui iria admitir quando? ‘Nossa, eu sou afim de dar pra aquele cara’. Podia até falar pra dentro. Mas hoje em dia está bem melhor, você vê altas gatas, eu fui no show do Ozzy e do Maiden, puta que pariu, passei mal. Só linda.

O Curupira: Pegando um lado mais pessoal seu, você falou em off que é o único da banda que não tem filho porque assiste ao Jornal Nacional. Quando você fala isso é por causa da violência?

Bozó: Eu estou com 45 anos e não quero ser pai-avô, pra começo de conversa. Eu acho também que é importante ter uma boa condição financeira para criar. É muito lindo, muito romântico, mas não pode fazer sacanagem com a criança. É muito fácil você virar os olhinhos, gozar dentro da mulher, e vem um bacuri. Depois a criança fica com avó, são raras as mães de verdade que vejo atualmente. Hoje em dia tem muito egoísmo. E é tanta sacanagem que eu vejo no Jornal Nacional, tanto trem atrapalhado, e não é só a questão humana. O lado ambiental também está complicado. Um exemplo é a Serra do Cipó (um paraíso natural, na região central mineira), eu ia desde pequeno, dos 7 aos 16 anos. Fiquei 15 anos sem ir e quando voltei deu depressão. Tudo cheio de casa, de gente, perdeu muito da magia. Enfim, acho que hoje em dia tem que ter muita estrutura emocional e financeira para ter um filho. Não é ser escroto nem nada, é pé no chão mesmo. Se for pra ter um filho no mundo, eu quero que ele seja feliz, tenha tudo. Eu sei que se eu tiver um (filho), ele vai ter menos do que eu tive.


Clique AQUI e confira a segunda parte da entrevista com Bozó.





Escute na integra, a primeira parte da entrevista com o Bózo - Overdose.



Assista ao video Ultima Estrela do Overdose, ao vivo em 1985.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

O Curupira foi: Cogumelo Fest 2012 - Parte II




Sexta feira 13, dia do mau agouro. Provavelmente é uma introdução clichê, mas não dá para ignorar a data, perfeita para um bom show de metal extremo aqui na capital das alterosas. A segunda parte da Cogumelo Fest cumpriu a promessa de peso em BH, trazendo como atrações a lenda do death metal norte-americano Obituary - em sua quarta incursão por essas plagas -, o não menos legendário Acheron, o grindcore paulista do Desalmado e os heróis locais do Impurity. Com esse cast, o evento acenava a possibilidade de uma noite memorável. Mesmo com as atrações principais retornando à cidade, havia uma expectativa de público melhor para o segundo capítulo da saga. No primeiro, ocorrido uma semana antes, feriado, o fiasco foi total. Parcos gatos pingados compareceram, não fazendo jus ao estigma de “capital nacional do metal”, bordão já deixado de lado há tempos.

Mas, infelizmente, a promessa não se concretizou. Apesar da euforia presente nas redes sociais e de todo o burburinho que antecedeu ao show, o que se viu foi um Music Hall com público insatisfatório, jogando um balde de água fria na expectativa quanto ao registro de pagantes. Havia, é claro, um número maior de presentes em relação ao evento da semana passada. Naquela ocasião, o show marcado durante o feriadão trazia nomes relativamente desconhecidos pela grande audiência. Dessa vez, teríamos alguns ícones do death metal mundial além de importante banda local. Enfim, fatores que contribuiriam para um bom evento. Mesmo assim, a data vem somar uma lista de fiascos ocorridos nos últimos meses, quando podemos perceber um triste fenômeno: o esvaziamento dos shows, a aparente apatia e abandono dos bangers em relação à manutenção da cena. Realmente lastimável. Mas apesar do clima um tanto fúnebre – com direito a falsificação de ingressos, e a identificação do criminoso - as bandas envolvidas não deixaram a peteca cair e fizeram grandes apresentações.

Por problemas de logística, pegamos apenas o final do Impurity, primeira a subir ao palco. A casa, naquele momento, encontrava-se bastante vazia. Mesmo assim, foi possível assistir a dois petardos: Ecstasy Law e The Excommunication. Os mineiros detonaram seu clássico black/death metal (da safra final dos 1980’s e início dos 90’s ) com direito a corpse paint, visual a la Blasphemy (banda canadense fortemente influenciada por Sarcófago e outras hordas brasileiras oitentistas) e um traje ritualístico usado por Ram Priest – remetendo à Morte do filme O Sétimo Selo, de Ingmar Bergman.
Na sequência, os paulistas do Desalmado fizeram um show bastante competente, apesar de destoar um pouco das outras atrações da noite. O grupo executa um gindcore básico, porém eficiente. Seu som remonta aos clássicos do Napalm Death, com nuances de Ratos de Porão. Eles tocaram aproximadamente uma dúzia de curtos torpedos, como manda a tradição grind. Show rápido, rasteiro e divertido. Destaque para o vocalista Caio Augusttus que, mesmo com a movimentação limitada, por causa de uma bota ortopédica, agitou e berrou pra cacete.
Era chegada a hora do ritual e a lenda cult do Acheron subia ao palco. Os gringos perpetraram um showzaço comandado pelo ex-reverendo da Church of Satan, Vincent Crowley. Os norte-americanos esbanjaram simpatia e carisma, comunicando-se com o público antes e depois do culto. O grupo detonou seu death/black sui generis, que só poderia ter sido criado há duas mágicas décadas. Apesar de hoje manterem sua base de operações em Cleveland, Ohio, esses loucos vieram de Tampa, Flórida, a meca do death metal. Apesar de não terem o mesmo reconhecimento de seus conterrâneos (Morbid Angel, Obituary, Deicide, Death) Crowley e seus asseclas criaram álbuns históricos e são simplesmente matadores ao vivo. Depois de um breve hiato, quando parou suas atividades em 2010, a banda voltou com força total naquele mesmo ano. A celebração foi superior à (ótima) feita por aqui em 2006, junto com os deuses suecos do Grave. A presença de simbologia anti-monoteísta – leia-se anti-cristianismo, judaísmo e islamismo – afixada em locais estratégicos do palco, chama atenção logo de cara. A banda entra no palco e fica de costas para a plateia, durante introdução presente no clássico de 1992, Rites of the Black Mass. Vem então Legions of Hatred, seguida de Thou Art Lord, que enlouquecem os presentes. Lá pelo meio do show, depois de tocarem o hino Ave Sathanas, começou a loucura:
Mr Crowley vem caminhando com uma bíblia nas mãos, parando em frente ao público com o “livro sagrado” em punho. De repente, ele começa a rasgar as páginas da incauta, executando o ritual convocado via internet dias antes, através de recado ao público brasileiro, por meio de O Curupira. Ele arremessa as rasgadas páginas ao público, que continua a destruí-las e incendiá-las com isqueiros. Durante a balbúrdia, Fuck the Ways of Christ deixa a apresentação no Music Hall com ares de missa negra. Inesquecível.
Depois desse espetáculo deliciosamente infernal é chegada a hora do Monstro do Pântano. O Obituary é um dos grandes representantes da música pesada, vindo da Flórida. Na fase áurea do estilo, a banda alcançou um sucesso tremendo, chegando ao que se convencionou chamar de mainstream do death metal. No início de carreira, pedradas como Slowly We Rot, Cause of Death e The End Complete tornaram-se discos obrigatórios. A apresentação do dia 13 passado, assim como as três anteriores na cidade, foi brutal. Os caras não têm segredos, com um som simples, calcado nos pioneiros do metal extremo (Venom, Celtic Frost, Possessed) eles podem ser considerados uma espécie de AC DC do death metal, pois nesses anos todos pouca coisa mudou na música oferecida. Uma boa justificativa para quem não se importa com mudanças, quando o som é agradável o suficiente. São riffs grudentos, um atrás do outro – cortersia da guitarra base, forjada em aço, de Trevor Peres -, a voz agonizante e única de John Tardy, e a bateria tribal de Donald Tardy. O baixista Terry Butler, ex-Death e Six Feet Under, e que voltará com o Massacre no fim do ano, substitui muito bem Frank Watkins, agora possuído pelo Gorgoroth. Lee Harrison, baterista no Monstrosity, ocupa a posição de guitar solo e sai até bem. Mas o cabeludo perde feio quando comparado ao mago Ralph Santolla, último dono do posto.
O show começa com a instrumental, e tradicional, Redneck Stomp. Depois, seguem-se clássico atrás de clássico, deixando todos sem fôlego. Vale lembrar que, assim como o Acheron, a banda não estava promovendo nenhum material novo, deixando espaço para as canções que todos amam. A apresentação foi praticamente um contínuo ensurdecedor, com poucas pausas e um solo (desnecessário) de bateria. O mosh pit comeu solto e, apesar do pouco comparecimento, foi ininterrupto e agradável. Destaques para a cover do Celtic Frost, Dethroned Emperor, também Dying, The End Complete (com seu final hipnotizante), Find the Arise e a apoteótica Slowly we Rot. Fabuloso, mais uma vez. Como ponto negativo, vale ressaltar a inacessibilidade dos Tardy brothers, que, ao contrário do colega Trevor Peres e dos caras do Acheron – especialmente Crowley -, mantiveram distância dos fãs. Uma pena. O Cogumelo Fest 2012 revela uma triste constatação: do jeito que a coisa anda, as pancadarias na cidade vão diminuir. A julgar pela pífia presença de bangers nos eventos, em particular nesse ano de 2012, o destino soa cruel. Apesar da choradeira de uns Edus Falachis da vida, se o público não voltar a apoiar a cena, comparecendo aos shows, comprando os álbuns e mantendo viva essa experiência coletiva mágica que é o metal, isso parece inevitável. Heavy metal não é música apenas. É um modo de observar o mundo, alheio a manipulações culturais. Pensem a respeito...




Vincent Crowley comenta o Show de BH para O Curupira.

Set Lists:

IMPURITY

1-Dedmon of Cruelty

2-Sabat

3-No fucking ressurrection

4-Blasphemy

5-Night of The torment in the Cemetery

6-Ecstasy Law

7-The excommunication

DESALMADO

1-Humanos

2-Em sua Honra

3-Cegueira Santa

4-Miséria Escravbatura

5-Eternidade do Medo

6-Cerveja

7-Juízo dos Fracos

8-Manto de sangue

9-Canibal social

10-Delírio

11-Matador

12-Todos vão Morrer

ACHERON

1-Intro

2-Legions of hatred

3-Thou Art Lord

4-Church of One

5-The Apocalypse

6-Ave Sathanas

7-Fuck the Ways of Christ

8-I am Heathen

9-Satan Holds Dominion

10-Lifeforce

11-Encore : Prayer of Hell

OBITUARY

1-Redneck Stomp

2-On the Floor

3-List of Dead

4-Blood to Give

5-Internal Bleeding

6-Chopped in Half

7-Turned Inside Out

8-Threatening Skies

9-Dying

10-By the Light

11-Find the Arise

12-Dethroned Emperor (Celtic frost cover)

13-The End Complete

14-Slowly we Rot

15-‘Til Death

16-Evil ways

17-Slow Death

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Banda METAL MORTE Recruta:




Hail headbanger (baixista), junte-se a nós!

Eu Tom Leandro (Guitarra) e Gustavo Agressor (Bateria) formamos a horda METALMORTE. Dentro do death metal tradicional agora mais pesado e maldito.

Requisitos: ter instrumento próprio e fúria pra tocar.

Músicas para teste: "Metal Morte" e "Temor em Pecar". Marcaremos a audição em estúdio. Vamos bater cabeças!!!

Tom Leandro.


Contatos, Clique: Facebook Tom.


Última chamada: Cogumelo Fest 2012, parte II



Nenhum outro estilo musical cabe melhor numa sexta-feira 13 do que o profano heavy metal. O público banger de BH tem hoje a oportunidade de saudar Jason Voorhess no Music Hall, a partir das 20h30. A segunda parte da Cogumelo Fest 2012 tem como headliners os death metallers da Flórida Obituary, uma lenda viva do cenário mundial. Não menos importante, os satânicos Acheron, também dos EUA, reforçam o contexto old school da noite. Os paulistas grinders do Desalmado, e o longevo black metal mineiro do Impurity são as bandas brasileiras convidadas. Se você não comprou seu ingresso ainda dá tempo: nas lojas Patty Songs (31-3222 6283), ou Cogumelo (3224 0493), o passaporte da porradaria custa 60 pratas a inteira, 30 a meia entrada – para estudantes que comprovem a situação. A censura é 16 anos, quem tem entre essa idade e 18 anos, só entra com a companhia dos pais. Na porta do Music Hall, os valores dos ingressos sobem para 80 e 40 bucks. Se você curte música de qualidade e tem algum no bolso, faça o favor de alimentar a cena. Caso contrário, olha só a cara do nosso amigo pra você:





Vítor Rodrigues deixa o Esquadrão da Tortura!

Uma das melhores bandas do país perde um de seus alicerces. Por motivos ainda desconhecidos, o vocalista Vítor Rodrigues saiu do Torture Squad. O Curupira lamenta o desfecho frustrante para os fãs e deseja sorte à banda, e também ao Vitão. Só esperamos que o trio não se torne mais um Sepultura, ou seja, um reflexo pálido e sem graça de um passado glorioso. Seguem as notas oficiais dos envolvidos, divulgadas no site oficial do Torture:

Após 19 anos, seis álbuns de estúdio, um álbum e um dvd ao vivo, várias tours brasileira, sulamericana e européia, o vocalista Vitor Rodrigues deixa a banda.

Vitor comenta a sua saida:

“Após muito tempo de reflexão tomei a difícil decisão de deixar o Torture Squad. Foram 19 anos de experiências fantásticas ao lado de pessoas muito talentosas, mas às vezes é preciso tomar certas atitudes, e não ter medo de enfrentar novos desafios. Obviamente não deixarei a música e espero em breve estar nos palcos com outra banda. Aos meus ex-companheiros desejo toda a sorte do mundo.”

Nota da banda:

“Após nosso show em Brasília, o Vitor nos chamou para uma conversa, expressou sua vontade de deixar o grupo e explicou suas razões. Ele disse que havia decidido buscar coisas novas para a sua vida e este seria o momento ideal pois seria melhor para todos que esta vontade viesse à tona antes da gravação do novo disco. E se isso realmente for para a felicidade dele, nós respeitamos sua decisão e desejamos o melhor para ele em sua nova empreitada.

Quanto a nós, o Torture, continuamos tocando e compondo com a mesma paixão de sempre.

A pouco mais de um ano, em janeiro de 2011, André Evaristo estava entrando na banda desferindo riffs e músicas nos ensaios, juntando com antigas músicas que não gravamos e lançamos ainda, conclusão: Temos quatorze músicas novas sendo que separamos dez para um novo álbum, faltando apenas detalhes na pré-produção antes de começar a gravar nosso sétimo álbum.

Optamos por permanecer como um trio com o André assumindo os vocais e o Castor fazendo o apoio como antes. Já estamos ensaiando a algum um tempo dessa forma e a cada ensaio sua voz vem se encaixando melhor nas músicas.

Em relação aos planos futuros, eles continuam os mesmos. Gravaremos uma pré do disco novo em julho, a gravação do álbum entre outubro e novembro e será agora como um power trio que faremos os próximos e importantíssimos shows da nossa carreira, que serão o festival Metal Open Air em São Luiz do Maranhão (22/04), com o Anthrax e o Misfits em São Paulo (27/04), e pela primeira vez em Palmas (TO) como atração principal no Tendencies Festival (12/05).

Podem ter certeza de que continuamos firmes e fortes tocando a nossa música com a maior energia do mundo e esperamos que todos compareçam aos shows para prestigiar essa mais nova fase da Tortura.

The torture never stops! ”

Amilcar Christófaro, Castor and André Evaristo

Fonte: www.torturesquad.net

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