segunda-feira, 20 de agosto de 2012

O Curupira foi: Marduk e Enthroned


O segundo domingo deste mês, 12, Dia dos Pais, foi marcado pela visita de alguns filhos do cramulhão à Belo Horizonte. A banda Marduk veio para destilar o melhor do veneno profano criado pelo black metal. A apresentação fez parte da turnê de divulgação do último disco, Serpent Sermon, lançado recentemente. O evento, ocorrido no Studio Bar, teve como convidado outro expoente europeu, os belgas do Enthroned, ainda divulgando o trabalho deste ano, Obsidium.

Para os bangers que acompanham a cena há alguns anos, não havia nenhuma atração debutante na cidade. Pelo contrário, as duas esquadras já visitaram a capital diversas vezes. Inclusive o recorde de banda gringa em BH, contando este último show, pertence ao Marduk. Foram cinco vezes presenteando os mineiros com a mais sincera e barulhenta blasfêmia. A novidade está mais associada ao local onde os caras tocaram. É muito raro o Studio Bar ceder espaço para o metal, especialmente a música extrema. Uma jogada legal da produção, talvez visando minimizar os gastos, ter escolhido um espaço menor que o de praxe. Se fosse no Music Hall, onde é de costume rolar esses tipos de shows, seria um fiasco visual. Pelo menos no Studio deu impressão de casa cheia, mesmo com umas 100 pessoas nele.

Como registro, vale citar a postura do pessoal da Cogumelo, um dos envolvidos na logística da noite, checando o ingresso de cada um na entrada. E não é fritação, exagero, trata-se de apenas uma medida de segurança. Alguns shows atrás, ainda no Music Hall, um espertinho tentou entrar com ingresso falso. Tá de sacanagem, o infeliz. Nos últimos anos vem sendo tão difícil ter um público razoável na cidade, e ainda vem um babaca e tenta diminuir o retorno pecuniário de quem se dispõe a organizar a parada. Pelo menos não houve registro de fraude desta vez. Mas é bom saber que tem gente de olho...

Falando de música, o tom da noite foi o mais genuíno e maldito black metal. Nos anos de 1980, quando o heavy metal consolidou-se como fenômeno juvenil mundial, muitos dos seus filhos nasceram. O mais profano veio do entroncamento de bandas como Bathory, Hellhammer, Venom e Bulldozer. Gritos de dor, de escárnio e conjuração, aliadas a rápidas paletadas e batidas desconcertadamente. Na parte lírica, cantos de amor ao capeta em profusão e algumas críticas também de cunho religioso. Mas é nos anos de 1990, com a segunda geração do black metal, que o subestilo ganhou força ideológica. Especialmente na Europa, mais especificamente nos países escandinavos. Para estes jovens iconoclastas não bastava cultuar o demo. Era necessária uma equação que pudesse ovacionar o sombrio, defenestrando tudo aquilo que fosse cristão. Alguns descerebrados resolveram queimar igrejas e se matarem. Outros, mais espertos, usaram a música em questão como o mecanismo de tortura.

A primeira horda a levantar o cálice endiabrado foi a Enthroned, tocando nestas paragens pela terceira vez. Nornagest (vocal), Neraath (guitarra), Phorgath (baixo), Garghuf (bacteria) e Noens (guitarrista convidado para turnês) realizaram uma verdadeira missa negra. O público ainda chegava quando rolava o primeiro petardo, Deathmoor. Porrada do novo disco, com muito headbanging, pedais duplos e celeridade nas seis cordas. Essa foi a tônica da apresentação; black metal coeso, tipicamente europeu. Um detalhe curioso é que, desde 2006, com a saída de Lord Sabathan, o quarteto não tem nenhum membro original na formação.

Mas isso não foi nenhum problema. Verdadeiros hinos dos países baixos, como Through the Cortex e Vermin, foram executados. Vale citar a postura do vocalista Nornagest, hoje com muito menos cabelo que outrora – mais uma vítima da crueldade imposta pelo tempo. Nas partes em que ele trocava os urros por evocações tipicamente eclesiásticas, o gordinho levantava a mão direita, com os dois dedos em riste, como se fosse um padre mesmo. Até água o músico “benzeu” e jogou na turma do gargalo. Black metal sem um pouco de teatro perde um tanto da sedução. Vale citar também a excelente dupla de guitarras, muito afiada, com poucos erros percebidos. A última pedrada foi a maravilhosa Evil Church, impossível não bangear nessa. Uma intro bem heavy tradicional, depois a blasfêmia e a velocidade imperam no mais puro ritmo do capeta. Mais uma apresentação de respeitos dos belgas.

Era hora dos gringos mais conhecedores de Belo Horizonte fazerem outra demonstração de seu arsenal sonoro. Morgan “Evil” (guitarra), Maguns “Devo” (baixo), Hans Daniel “Mortuus” (vocal) e Lars Broddesson (bateria) completaram cinco visitas à cidade, um recorde. E o show foi o mesmo dos anteriores: brutal ao extremo. Quando falamos de tocar ao vivo, longe dos estúdios, o Marduk é um dos grupos com melhor performance. Os caras sobem ao palco e descarregam uma espécie de choque musical, ultra veloz. Apesar da turnê em questão ser do disco lançado este ano, Serpent Sermon, apenas duas faixas dele foram tocadas. O set revisitou toda a carreira dos suecos, desde o começo, quando o anticristianismo e o satanismo eram bem fortes, até um passado recente, quando a banda resolveu apostar em uma temática mais beligerante, falando de guerras e todo o horror que ela traz – claro, sem perder o vínculo com o tinhoso. Mais uma vez o grande destaque fica por conta de Mortuus. O cara tem um par de cordas vocais que assustam. Quem ficou perto do palco sentia constantemente os tímpanos vibrarem intensamente, tamanha a força da garganta do vocalista. Sua postura em cena é praticamente perfeita, não somente o poderio com o microfone. A maneira de cantar, bangueando freneticamente, o canto com o corpo curvado, como se estivesse sofrendo para gritar, e a interação com o público fazem dele um frontman por excelência. Ninguém sente saudades do antigo vocalista, Legion, que, não obstante sua voz poderosa, saltitava no palco feito uma gazela ululante...

Verdadeiros socos sonoros no estômago, intercalados com intros, foram dados durante o show. Impressionantes como os caras conseguem transmitir toda a fúria e a velocidades dos álbuns para as execuções ao vivo. Lars parece ter três braços, um deles fica por conta apenas da caixa, nos blast beats frenéticos – enquanto os “outros” exploram o kit. Morgan, o grande cérebro do quarteto, consegue arrancar choros copiosos de sua guitarra, trazendo aquela sonoridade específica do black metal.

Quem foi teve a oportunidade de ouvir marcos emblemáticos do estilo, como Materialized in Stone, Throne of Rats e Bapstim By Fire. Quando eles tocaram Souls for Belial, do último trampo, a maquiagem facial de Mortuus já estava toda derretida – algo inevitável, eles não estão na Europa, certo? Em determinado momento de Panzer Division Marduk, um silêncio, seguido apenas de baixo e bateria. Na verdade, a intenção era que o público desse sequência na música, seguindo orientação de Mortuus. Mas não deu certo, os bangers ficavam apenas gritando o nome dele, repetidamente. Um mico justificável. Para encerrar, uma das mais belas representações do cancioneiro heterodoxo: Wolves. Show de black metal raramente tem uma roda tradicional, mas essa com certeza mereceria, pelo ritmo hipnotizante que possui. Era pra dançar mesmo. Ao final, o vocalista agradece o público e diz: “until next time, oh Hail!”. Alguém duvida?

Set Lists:

ENTHRONED

1 – Deathmoor

2 – The Ultimate Horde Fights

3 – Sepulcred Within Opaque Slumber

4 – Through the Cortex

5 – Deviant Nerve / The Burning Dawn

6 – Obsidium

7 – Horns Aflame

8 – Radiance of Mordacity

9 – Petraolvm Salvia

10 – Vermin

11 – Under the Holocaust

12 – Evil Church

MARDUK

1 – On Darkened Wings

2 – Nowhere, No-one, Nothing, Wormwood

3 – Serpent Sermon

4 – The Black Tormentor of Satan

5 – Still Fucking Dead (Here´s no Peace)

6 – Warschau 2: Headhunter Halfmoon

7 – Materialized in Stone

8 – Baptism by Fire

9 – Womb of Perishableness

10 – Souls for Belial

11 – Azrael

12 – Throne of Rats

13 – Panzer Division Marduk

14 – Wolves

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Músico do Sonic Youth, se une a supergrupo de Black Metal



Thurston Moore, guitarrista e vocalista do Sonic Youth, uma das maoires bandas de rock alternativo de todos os tempos, vai se juntar ao projeto que reúne a nata do black metal norte americano contemporâneo. O Twilight é um supergrupo que reúne - ou reuniu- , em formações flutuantes, figurões do cenário USBM, como Blake Judd, do Nachtymistium; Jef Whitehead, do Leviathan; Malefic, do Xasthur, além de membros de grupos post-metal, como Isis e Neurosis. O “dream-team” do metal extremo norte-americano também estava em hiato desde 2010, quando lançaram seu ultimo álbum, Monument to Time End. Agora que os envolvidos têm mais tempo para se dedicar ao projeto, um line up reformulado conta com Judd e Withehead, além de músicos de esquadras negras, como Atlas Moth e Krieg. Eles devem entrar em estúdio para gravar o novo album, que ainda não tem titulo nem data confirmada peara o lançamento. O mais interessante é que Blake Judd garante que esse disco será uma volta às raízes e soará mais black metal que o ultimo trabalho. Além disso, estão cogitadas participações no festival Roadburn, em 2013, e outras apresentações limitadas, já que, segundo Judd, em entrevista ao site da MTV, “o Twilight é essencialmente um projeto de estúdio”. O povo mais truzera vai odiar, provavelmente. Porém, será interessante ver a contribuição do “rei” do noise rock para a expansão de um estilo já desgastado e repetitivo ao extremo como o black metal. Só nos resta aguardar.


Twilight - Fall Behind Eternity

Album: Monument to Time End - 2010

terça-feira, 31 de julho de 2012

Nachtmystium prepara-se para lançar novo álbum e divulga prévia


Uma das principais representações do chamado United States Black Metal prepara-se para lançar seu novo trampo, nos dias 30 (Europa) e dia 31 de julho (EUA), via Century Media. A bagaça promete ser, nas palavras do líder Blake Judd, um puta álbum que resgatará as origens cruas e as caracteristicas “raw” do estilo. Envolto em polêmicas diversas – que vão desde uma suposta ligação, no passado, com ideias de extrema-direita, até a incorporação de influências psicodélicas nos últimos álbuns – o Nachtmystium soltou material que antecipa o lançamento: uma nova música, I Wait in Hell, que integrará "Silencing Machine", o sexto disco de estúdio do conjunto. Com os antecessores Black Meddle Pt.1: Assassins (2008) e Black Meddle Pt. 2: Addicts (2010) os norte-americanos escolheram um caminho que não contempla o BM em sua feição mais pura. Os álbuns acabaram tanto por influenciar vários músicos quanto desagradar a alguns fãs mais ortodoxos. Com esse novo trabalho, Judd e seus companheiros pretendem trazer de volta as raízes mais ríspidas, embora, segundo ele, essas nunca tenham deixado o som da banda totalmente. O que se encontra em I Wait in Hell, a nova faixa, é provavelmente isso: um equilíbrio entre as “evil roots” dos caras e as informações e valores mais floydianos dos últimos registros. Ouça e tire suas próprias conclusões.


sábado, 28 de julho de 2012

O Curupira recomenda: My Dying Bride - The Barghest O' Whitby


O My Dying Bride é, dentre o trio death doom inglês do cast da Peaceville Records - completado por Anathema e Paradise Lost - a banda que mais apostou numa sonoridade singular e que nunca abriu mão do peso. Isso pode ser comprovado pelo último lançamento feito pelo grupo, The Barghest O’ Whitby, seu melhor trabalho em anos. O EP, lançado ano passado depois do full lenght Evinta, é constituído por uma única canção de 27 minutos, uma verdadeira epopeia da ruína – e de longe, a mais longa música criada pelos caras. A obra abre ao som de tempestades, bem ao gosto da estética doom iniciada com os mestres Black Sabbath, em 1970. O trampo é um álbum conceitual que trás a estória de uma entidade demoníaca presente no folclore britânico, e abordada por autores como Sir Arthur Conan Doyle e Bram Stoker. A banda, que andou flertando com outras vertentes musicais, como o post-punk e a música eletrônica, ao longo de suas décadas de carreira, realiza uma espécie de releitura do doom sujo que fazia no início dos anos de 1990. Porém, não se trata apenas de uma mera “volta às origens”: o som traz outros elementos mais contemporâneos do doom, chegando a lembrar, em alguns momentos, o drone de bandas como Sunn O))) e Earth. Dividida em três atos, entrecortados por momentos de quase silêncio, peso arrastado e surtos de pancadaria avassaladora, o petardo tem, ainda,os violinos característicos do My Dying Bride, além dos vocais grunhidos do vocalista Asron Stainhorpe, tão característico dos seus primórdios. Ao mesmo tempo, as influências de Celtic Frost e Candlemass continuam lá, intactas, com as guitarras de Andrew Craighan e Hamish Hilton Glencross lembrando o peso e sujeira presentes nos trabalhos iniciais. Os elementos citados aparecem de uma maneira natural, sem soarem como uma repetição de clichês e bem-sucedidas fórmulas passadas. Uma verdadeira viagem sombria, cheia de detalhes, sutilezas e contrastes. Tomando rumos diferentes dos caminhos mais “brandos” de esquadras da sua geração, como Anathema, Paradise Lost e Katatonia – formações que começaram dentro do cenário death doom e que , com o passar dos anos, seguiram uma orientação ligada ao rock moderno – o My Dying Bride segura a onda do peso, mantendo-se intacto dentro da seara do metal extremo. Aquele dos pés virados aprova o “renascer” desses mestres soturnos.



My Dying Bride - The Barghest O' Whitby

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Old Throne e Anti-life preparam-se para lançar petardos


Duas excelentes hordas da cena extrema de Nova Friburgo (RJ) preparam-se para lançar novos petardos. Tratam-se do Old Throne e do Anti-life, bandas capitaneadas pelo multinstrumentista Fernando Old Cunt, que ainda lidera o Neblina Suicida e o Count Old. Ambas são one man band, dignas representantes do metal negro nacional, que se pautam por um som primitivo e sujo, fazendo o melhor da estética raw/lo-fi, aqui por nossas plagas. O Old Throne, principal banda de Fernando, está em vias de lançar "O novo mundo pagão", seu segundo full-lenght, pelo selo brasileiro Corvo Records, nos formatos CD e tape oficiais. Criada em 2007, a banda aborda em suas letras temas como anti-religião, ódio, guerra tudo dentro de uma atmosfera nietzscheana, que honra os fortes e despreza os escravos e os fracos. A julgar pela faixa Corpos de Aço, postada abaixo, o trabalho vem trazendo aquele black metal áspero, mas sem abrir mão da atmosfera e de uma verve poética, com influências de Bathory, Darkthrone antigo e Nargaroth. Porém, apesar dessas inspirações, o cara pratica um som sui generis, com letras cantadas em português, não ficando a dever nada aos gringos. Já o Anti-Life coloca na cena o EP "Bem vindos ao começo do fim", lançado aqui, no Brasil, pelo selo Brutal Combat Records. O trabalho será lançado em breve na Europa, via Sword Productions. São cinco faixas, lançadas no formato cassete, contendo uma sonoridade mais rasgada do que a o Old Throne, com referências de desgraceiras nórdicas, como Ildjarn. Anti-life é pura representação sonora da misantropia e do ódio puros. Portanto, se você aprecia black metal funesto e honesto isso é para você. Apoie o metal nacional. O Curupira recomenda.


Old Throne - Corpos de aço

Anti Life - Bem vindos ao começo do fim

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Mais um dos grandes que se foi! R.I.P. Jon Lord.


Segunda feira, dia 16 de julho de 2012. Hoje, o rock'n roll e o heavy metal ficaram mais tristes, desfalcados e menos iluminados: morreu, aos 71 anos, em um hospital de Londres, Jon Lord, um dos fundadores do Deep Purple – e de quebra um dos pais tanto do som mais pesado, quanto do rock e metal sinfônicos. Um dos maiores tecladistas de todos os tempos, o britânico criou um estilo inimitável, dando vida eterna a hinos como Smoke on the Water – uma das canções mais emblemáticas da história do rock, que Lord, aliás, ajudou a compor com a timbragem inconfundível das suas endiabradas teclas. Ambicioso, ele compôs e idealizou o Concerto for Group and Orchestra, em 1969, quando contribuiu para a criação e consolidação da fusão entre rock e a música erudita – em companhia de obras como Sgt. Peppers, dos Beatles – ao unir uma banda de rock com a Royal Philharmonic Orchestra, no Royal Albert Hall, pela primeira vez na história. Isso sem falar na importância do Deep Purple para o rock e o metal, no transcorrer dos anos de 1970. Infelizmente, Lord afastou-se do Purple em 2002 - depois de tocar com monstros sagrados como David Coverdale, e Ritchie Blackmore, entre outros. Mas o coroa continuou compondo e gravando álbuns solos, até o diagnóstico do câncer no pâncreas, há cerca de um ano. Simplesmente uma lástima. Uma perda irreparável. Hoje as Darkwoods encontram-se em silêncio, em homenagem a esse bruxo dos teclados....


Confira o vídeo: Deep Purple - Concerto Para Grupo e Orquestra, 1969.


sexta-feira, 13 de julho de 2012

O Curupira celebra o rock!


13 de julho é comemorado o Dia Mundial do Rock. Essa data se deu em função da realização do festival Live Aid, organizado, na mesma data, em 1985, por Bob Geldof – ex-líder da banda punk Boomtown Rats, e protagonista do filme The Wall, de Allan Parker. O festival, que pretendia arrecadar fundos para as criancinhas da África, acabou se tornando um fenômeno de massas, vendendo vários budgets e enriquecendo seus organizadores. Apesar de ser, para muitos, uma piada e um típico exemplo de demagogia, cinismo e mercantilismo perpetrado pelas grandes corporações e pelos países ricos ocidentais, o evento se tornou um marco. Por isso a criação da data. O rock n roll, desde os seus primórdios, sempre foi considerado um veículo fora da lei. Desde o rebolado de Elvis, passando pela psicodelia do Pink Floyd, luxúria satânica dos Stones, até chegar ao comedor de morcegos Ozzy Osborne, o rock se posicionou como um porta-voz dos anseios da juventude ocidental do pós-guerra. Por mais que hoje a coisa esteja diluída e o choque cultural tenha sido amortecido, o estilo mudou o mundo. Boa parte dos questionamentos comportamentais que vemos hoje em dia, como a emancipação sexual, novos modelos de família e a evolução de minorias oprimidas não seriam possíveis sem um dedo desse senhor grisalho e descabelado. O rock n’ roll não é apenas música ou um estilo que você compra no supermercado da esquina: é um modo ser e enxergar o mundo. Os estudantes das barricadas do maio de 68, nos protestos contra a guerra no Vietnã e outros lugares usaram a música revolucionária como um mote e trilha sonora para suas ações. O rock é o combustível de corações e mentes mundo afora. É um dos grandes acontecimentos do século XX, assim como A 2ª Guerra Mundial e a viagem do homem à Lua. É pedaço da história da Civilização Ocidental. O Curupira se propõe a ser um espaço para a música extrema. Mas como o metal é o filho bastardo e funesto do rock- assim como esse é o filho maldito de vários pais como o blues, country, R&B etc. Sem o rock não existiria metal. Portanto, é impossível não fazer uma homenagem. TODO DIA É DIA DE ROCK!!! Ou, como diriam os Mutantes: “Posso perder minha mulher, minha mãe, desde que eu tenha o ROCK AND ROLL!” Para não perder o costume de ser profano, o Curupira escolheu um representante do rock maldito contemporâneo para ilustrar musicalmente este post. Se o som agradar, podemos mandar uma resenha dos caras, é só pedir!



Ghost (Live At Hellfest) França, 2011

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