quarta-feira, 4 de abril de 2012

Entrevista: Bonecrusher

“Bangers reais, em busca de seus ideais”. Assim começa o EP Guerreiro Banger, da banda mineira Bonecrusher. São cinco músicas que exaltam o genuíno sentimento de união, tão conclamado na cena, mas vez ou outra desrespeitado. Guilherme Cosse (bateria), Gustavo Azazel (baixo), Luciano e Tino (guitarras) e Welbert (vocal) fazem um som batizado por eles apenas como metal. Guerreiro Banger, A Queda, Anjo Caído, O Domínio de Si e Profecia apresentam um musical coeso, que vai do extremo ao punk/rock. Em uma das pedradas, Tchesko (Patologic Noise, que toca na próxima sexta, no Cogumelo Fest), Nefastus Porphir (In Nomine Belialis) e Arcanum Arma Potens (Dismal Abyss) cedem seus suaves guturais que atestam a união supracitada. Para falar mais sobre a banda, Guilherme Cosse foi convidado à nossa densa floresta para um bate papo. Tá aí:

O Curupira: Como surgiu a banda, e como você define o som do Bonecrusher?

Guilherme Cosse: O Bonecrusher foi formado em meados de 2007 por mim e pelos ex-integrantes da banda Rolo Compressor, no caso o Welbert, Luciano, Tino e Bruno. Eu, o Tino e o Luciano já nos conhecíamos há muito tempo, inclusive eu já havia tocado com o Luciano em uma outra banda (Anarchus) no fim dos anos 1980, e isso contribui bastante para o processo inicial da banda. Com certeza este item somado ao de compartilhar ideais foram essenciais para que essa união pudesse se concretizar e se solidificar, formando assim a família Bonecrusher. O som nada mais é do que a síntese do que ouvimos, isto é, do rock ao metal mais extremo. Simplificando, intitulamos nosso som como METAL.

O Curupira: Como foi o processo de criação desse primeiro trabalho de vocês?

Guilherme Cosse: Foi bem natural, pois aproveitamos algumas músicas do antigo Rolo Compressor e as moldamos ao estilo Bonecrusher. Compusemos novos sons criando então nossa identidade. Quando resolvemos gravar o “Guerreiro Banger”, estávamos com dez músicas prontas, sendo que cinco delas eram em inglês e outras cinco em português. Isso porque começamos a compor em inglês e posteriormente passamos a compor em nossa língua pátria, inclusive a música “Profecia” originalmente possuía uma letra em inglês. Tivemos então a ideia de dar um nome em português à nossa demo que sintetizasse as nossas ideias e inserimos nela as músicas, com letras em português. O mais interessante é que as músicas escolhidas marcam períodos distintos em nossa história, já que a demo é composta pela já citada “Profecia” de 2007, passando pela “A Queda!!!”, composta em 2008, “Anjo Caído” e “O Domínio de Sí” de 2009 e por fim a “Guerreiro Banger“ composta em 2010 que da titulo a demo. Quanto à concepção da capa, os cinco crânios nos simbolizam e indicam que nem mesmo a morte nos impedirá de seguir lutando pelo nosso ideal.

O Curupira: Qual é o conceito do Guerreiro Banger? E os ossos de quem devem ser quebrados?

Guilherme Cosse: O conceito de "Guerreiro Banguer" é moldado nos ideais headbanger. Isto é, um conceito bem questionador no que diz respeito à sociedade em que vivemos, à corrupção da grande maioria daqueles que detém o poder, à religião e seus falsos profetas e a outros cânceres que assolam a humanidade. Acreditamos, sim, que o ser humano é capaz de libertar-se destas amarras, viseiras e muletas, desde que se dê a oportunidade de pensar, sem que haja a necessidade de se ter qualquer tipo de “pastor de ovelhas” para guiar seus caminhos. Esta é a essência do “Guerreiro Banger”. Os ossos a serem quebrados são os dos responsáveis pela lavagem cerebral exercida sobre as mentes fracas, cansadas e até mesmo preguiçosas de algumas pessoas. Está na hora de acordar, arrancar a viseira, as amarras e ter “O Domínio de Si”.

O Curupira: Ouvindo o lance de vocês, dá pra perceber um tipo de trampo bem inspirado naquela sonoridade tipicamente mineira dos 80´s/90´s, mas sem soar saudosista. Em alguns momentos, o timbre da guitarra flerta levemente com outros gêneros, como o rock e o punk. Você acha que essa "mistura" é decorrente da longa jornada dos músicos, principalmente a sua, dentro da cena banger brasileira?

Guilherme Cosse: Com certeza a essência do som que fazemos hoje é sim decorrente do acúmulo de nossa experiência adquirida nos anos de 1980 e 90 e também pela influência das décadas de 1960 e 70. Nosso som é a resultante da bagagem que carregamos quando tocamos nas bandas Obsessed, Anarchus, Razeforce, Lou Cyfer, Insane, Insurrection, Renegados, Lustful e Rolo Compressor. São nossos pilares! Essa bagagem nós carregaremos para sempre!!!

O Curupira: O disco tem a contribuição de alguns nomes significativos de outras bandas mineiras. Qual a participação deles e como surgiu a ideia de colocá-los na empreitada?

Guilherme Cosse: A participação destes “Guerreiros Bangers” foi como backing vocals na música “O Domínio de

Sí”, que contêm em sua letra um chamado para a guerra e por consequência a vitória do corpo e da alma. Além de nos emprestarem suas vozes, a participação deles foi de extrema importância, pois são pessoas que compartilham como nós, do mesmo conceito headbanguer e por isso decidimos convidá-los a fazer parte da nossa "guerra" em prol deste ideal.

O Curupira: Muito obrigado pela entrevista, aproveita que você está na floresta e manda um recado para os seguidores do Curupira.

Guilherme Cosse: Agradeço em nome de todos nós do Bonecrusher pela oportunidade e pela força que O Curupira está nos dando e aproveito para parabenizá-los pelo trabalho dedicado ao apoio à cultura underground. Aos seguidores do Curupira, desejo-lhes muito METAL na veia e espero contar com a presença de vocês em nossos shows para esmagar ossos e quebrar pescoços. Hail!




2 comentários:

  1. muito foda vei, muito bom mesmo esse seu blog
    parabens !!!

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    Respostas
    1. Hails Underground Attack Zine!
      Muito obrigado pelo comentário, também conferimos e gostamos de seu zine!
      Parabéns pela iniciativa e trabalho para fortalecer nossa cena, estamos juntos!
      Abraços!

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