terça-feira, 31 de julho de 2012

Nachtmystium prepara-se para lançar novo álbum e divulga prévia


Uma das principais representações do chamado United States Black Metal prepara-se para lançar seu novo trampo, nos dias 30 (Europa) e dia 31 de julho (EUA), via Century Media. A bagaça promete ser, nas palavras do líder Blake Judd, um puta álbum que resgatará as origens cruas e as caracteristicas “raw” do estilo. Envolto em polêmicas diversas – que vão desde uma suposta ligação, no passado, com ideias de extrema-direita, até a incorporação de influências psicodélicas nos últimos álbuns – o Nachtmystium soltou material que antecipa o lançamento: uma nova música, I Wait in Hell, que integrará "Silencing Machine", o sexto disco de estúdio do conjunto. Com os antecessores Black Meddle Pt.1: Assassins (2008) e Black Meddle Pt. 2: Addicts (2010) os norte-americanos escolheram um caminho que não contempla o BM em sua feição mais pura. Os álbuns acabaram tanto por influenciar vários músicos quanto desagradar a alguns fãs mais ortodoxos. Com esse novo trabalho, Judd e seus companheiros pretendem trazer de volta as raízes mais ríspidas, embora, segundo ele, essas nunca tenham deixado o som da banda totalmente. O que se encontra em I Wait in Hell, a nova faixa, é provavelmente isso: um equilíbrio entre as “evil roots” dos caras e as informações e valores mais floydianos dos últimos registros. Ouça e tire suas próprias conclusões.


sábado, 28 de julho de 2012

O Curupira recomenda: My Dying Bride - The Barghest O' Whitby


O My Dying Bride é, dentre o trio death doom inglês do cast da Peaceville Records - completado por Anathema e Paradise Lost - a banda que mais apostou numa sonoridade singular e que nunca abriu mão do peso. Isso pode ser comprovado pelo último lançamento feito pelo grupo, The Barghest O’ Whitby, seu melhor trabalho em anos. O EP, lançado ano passado depois do full lenght Evinta, é constituído por uma única canção de 27 minutos, uma verdadeira epopeia da ruína – e de longe, a mais longa música criada pelos caras. A obra abre ao som de tempestades, bem ao gosto da estética doom iniciada com os mestres Black Sabbath, em 1970. O trampo é um álbum conceitual que trás a estória de uma entidade demoníaca presente no folclore britânico, e abordada por autores como Sir Arthur Conan Doyle e Bram Stoker. A banda, que andou flertando com outras vertentes musicais, como o post-punk e a música eletrônica, ao longo de suas décadas de carreira, realiza uma espécie de releitura do doom sujo que fazia no início dos anos de 1990. Porém, não se trata apenas de uma mera “volta às origens”: o som traz outros elementos mais contemporâneos do doom, chegando a lembrar, em alguns momentos, o drone de bandas como Sunn O))) e Earth. Dividida em três atos, entrecortados por momentos de quase silêncio, peso arrastado e surtos de pancadaria avassaladora, o petardo tem, ainda,os violinos característicos do My Dying Bride, além dos vocais grunhidos do vocalista Asron Stainhorpe, tão característico dos seus primórdios. Ao mesmo tempo, as influências de Celtic Frost e Candlemass continuam lá, intactas, com as guitarras de Andrew Craighan e Hamish Hilton Glencross lembrando o peso e sujeira presentes nos trabalhos iniciais. Os elementos citados aparecem de uma maneira natural, sem soarem como uma repetição de clichês e bem-sucedidas fórmulas passadas. Uma verdadeira viagem sombria, cheia de detalhes, sutilezas e contrastes. Tomando rumos diferentes dos caminhos mais “brandos” de esquadras da sua geração, como Anathema, Paradise Lost e Katatonia – formações que começaram dentro do cenário death doom e que , com o passar dos anos, seguiram uma orientação ligada ao rock moderno – o My Dying Bride segura a onda do peso, mantendo-se intacto dentro da seara do metal extremo. Aquele dos pés virados aprova o “renascer” desses mestres soturnos.



My Dying Bride - The Barghest O' Whitby

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Old Throne e Anti-life preparam-se para lançar petardos


Duas excelentes hordas da cena extrema de Nova Friburgo (RJ) preparam-se para lançar novos petardos. Tratam-se do Old Throne e do Anti-life, bandas capitaneadas pelo multinstrumentista Fernando Old Cunt, que ainda lidera o Neblina Suicida e o Count Old. Ambas são one man band, dignas representantes do metal negro nacional, que se pautam por um som primitivo e sujo, fazendo o melhor da estética raw/lo-fi, aqui por nossas plagas. O Old Throne, principal banda de Fernando, está em vias de lançar "O novo mundo pagão", seu segundo full-lenght, pelo selo brasileiro Corvo Records, nos formatos CD e tape oficiais. Criada em 2007, a banda aborda em suas letras temas como anti-religião, ódio, guerra tudo dentro de uma atmosfera nietzscheana, que honra os fortes e despreza os escravos e os fracos. A julgar pela faixa Corpos de Aço, postada abaixo, o trabalho vem trazendo aquele black metal áspero, mas sem abrir mão da atmosfera e de uma verve poética, com influências de Bathory, Darkthrone antigo e Nargaroth. Porém, apesar dessas inspirações, o cara pratica um som sui generis, com letras cantadas em português, não ficando a dever nada aos gringos. Já o Anti-Life coloca na cena o EP "Bem vindos ao começo do fim", lançado aqui, no Brasil, pelo selo Brutal Combat Records. O trabalho será lançado em breve na Europa, via Sword Productions. São cinco faixas, lançadas no formato cassete, contendo uma sonoridade mais rasgada do que a o Old Throne, com referências de desgraceiras nórdicas, como Ildjarn. Anti-life é pura representação sonora da misantropia e do ódio puros. Portanto, se você aprecia black metal funesto e honesto isso é para você. Apoie o metal nacional. O Curupira recomenda.


Old Throne - Corpos de aço

Anti Life - Bem vindos ao começo do fim

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Mais um dos grandes que se foi! R.I.P. Jon Lord.


Segunda feira, dia 16 de julho de 2012. Hoje, o rock'n roll e o heavy metal ficaram mais tristes, desfalcados e menos iluminados: morreu, aos 71 anos, em um hospital de Londres, Jon Lord, um dos fundadores do Deep Purple – e de quebra um dos pais tanto do som mais pesado, quanto do rock e metal sinfônicos. Um dos maiores tecladistas de todos os tempos, o britânico criou um estilo inimitável, dando vida eterna a hinos como Smoke on the Water – uma das canções mais emblemáticas da história do rock, que Lord, aliás, ajudou a compor com a timbragem inconfundível das suas endiabradas teclas. Ambicioso, ele compôs e idealizou o Concerto for Group and Orchestra, em 1969, quando contribuiu para a criação e consolidação da fusão entre rock e a música erudita – em companhia de obras como Sgt. Peppers, dos Beatles – ao unir uma banda de rock com a Royal Philharmonic Orchestra, no Royal Albert Hall, pela primeira vez na história. Isso sem falar na importância do Deep Purple para o rock e o metal, no transcorrer dos anos de 1970. Infelizmente, Lord afastou-se do Purple em 2002 - depois de tocar com monstros sagrados como David Coverdale, e Ritchie Blackmore, entre outros. Mas o coroa continuou compondo e gravando álbuns solos, até o diagnóstico do câncer no pâncreas, há cerca de um ano. Simplesmente uma lástima. Uma perda irreparável. Hoje as Darkwoods encontram-se em silêncio, em homenagem a esse bruxo dos teclados....


Confira o vídeo: Deep Purple - Concerto Para Grupo e Orquestra, 1969.


sexta-feira, 13 de julho de 2012

O Curupira celebra o rock!


13 de julho é comemorado o Dia Mundial do Rock. Essa data se deu em função da realização do festival Live Aid, organizado, na mesma data, em 1985, por Bob Geldof – ex-líder da banda punk Boomtown Rats, e protagonista do filme The Wall, de Allan Parker. O festival, que pretendia arrecadar fundos para as criancinhas da África, acabou se tornando um fenômeno de massas, vendendo vários budgets e enriquecendo seus organizadores. Apesar de ser, para muitos, uma piada e um típico exemplo de demagogia, cinismo e mercantilismo perpetrado pelas grandes corporações e pelos países ricos ocidentais, o evento se tornou um marco. Por isso a criação da data. O rock n roll, desde os seus primórdios, sempre foi considerado um veículo fora da lei. Desde o rebolado de Elvis, passando pela psicodelia do Pink Floyd, luxúria satânica dos Stones, até chegar ao comedor de morcegos Ozzy Osborne, o rock se posicionou como um porta-voz dos anseios da juventude ocidental do pós-guerra. Por mais que hoje a coisa esteja diluída e o choque cultural tenha sido amortecido, o estilo mudou o mundo. Boa parte dos questionamentos comportamentais que vemos hoje em dia, como a emancipação sexual, novos modelos de família e a evolução de minorias oprimidas não seriam possíveis sem um dedo desse senhor grisalho e descabelado. O rock n’ roll não é apenas música ou um estilo que você compra no supermercado da esquina: é um modo ser e enxergar o mundo. Os estudantes das barricadas do maio de 68, nos protestos contra a guerra no Vietnã e outros lugares usaram a música revolucionária como um mote e trilha sonora para suas ações. O rock é o combustível de corações e mentes mundo afora. É um dos grandes acontecimentos do século XX, assim como A 2ª Guerra Mundial e a viagem do homem à Lua. É pedaço da história da Civilização Ocidental. O Curupira se propõe a ser um espaço para a música extrema. Mas como o metal é o filho bastardo e funesto do rock- assim como esse é o filho maldito de vários pais como o blues, country, R&B etc. Sem o rock não existiria metal. Portanto, é impossível não fazer uma homenagem. TODO DIA É DIA DE ROCK!!! Ou, como diriam os Mutantes: “Posso perder minha mulher, minha mãe, desde que eu tenha o ROCK AND ROLL!” Para não perder o costume de ser profano, o Curupira escolheu um representante do rock maldito contemporâneo para ilustrar musicalmente este post. Se o som agradar, podemos mandar uma resenha dos caras, é só pedir!



Ghost (Live At Hellfest) França, 2011

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Escola sueca de death metal divulga nova música


Os veteranos do Grave acabam de disponibilizar um aperitivo do novo trabalho, o décimo da carreira. Passion of the Weak é a quinta faixa do disco Endless Procession of Souls. O trampo está marcado para sair na Europa no dia 27 de agosto próximo, ainda não se sabe quando vai chegar por aqui. O novo petardo foi gravado no estúdio próprio da banda, chamado Soulless, homenagem ao clássico de 1994. Após uma recente passagem na América do Sul, os suecos começam um giro no Velho Continente em setembro, partindo depois para a América do Norte, em uma turnê maldita com Morbid Angel e Dark Funeral. Com o apoio do site Decibel Magazine, confira o novo petardo desse ícone do death metal.











Endless Procession Of Souls, 2012.

I. Dystopia

II. Amongst Marble And The Dead

III. Disembodied Steps

IV. Flesh Epistle

V. Passion Of The Weak

VI. Winds Of Chains

VII. Encountering The Divine

VIII. Perimortem

IX. Plague Of Nations

X. Epos



Grave - Passion Of The Weak

segunda-feira, 9 de julho de 2012

O Curupira foi: Immolation, Incantation e Nervochaos


Belo Horizonte teve uma das noites musicais mais caóticas dos últimos tempos! Direto das terras do Tio Sam, as bandas Incantation e Immolation trouxeram um tanto de blasfêmia e agressividade para a cidade. O evento foi na última sexta-feira, 6, no Music Hall. Como convidados, os paulistanos malditos da Nervochaos. Infelizmente, já está virando praxe os shows extremos ficarem sem público na cidade. Mas dessa vez um componente diferenciado da justificativa se fez presente. Como o Curupira não foge da raia, muito menos da polêmica, antes de falarmos das apresentações, vamos a uma discussão que durou toda a semana do evento. No sábado seguinte ao show, as duas bandas gringas tocaram em um festival na cidade de São José do Rio Preto, SP. Além das três supracitadas, 17 excelentes representações do metal nacional completaram o cast. Shows gratuitos, proposta sedutora. Um ônibus especial lotado saiu daqui, levando mais de 50 headbangers pra bagunça. E o coletivo psrtiu justamente do Music Hall, local marcado para o encontro dos viajantes. O ocorrido levantou duas opiniões contrárias. Teve gente que achou um despautério organizar um especial utilizando como carro chefe as apresentações lendárias, que também aconteceriam em BH. Para esses, a atitude demonstra total despreocupação com a cena daqui, foda-se se o show estiver vazio. Mas também teve outra parcela de bangers que acredita ser normal um trampo desse porte, já que seriam 20 esquadras de respeito tocando de graça. Ok, mas a gratuidade é para quem mora em Rio Preto. Saindo daqui o pacote custava 120 paus – 40 a mais que o ingresso na sexta. De qualquer forma, quem foi ao show de BH teve a sorte de ouvir 15 petardos do Incantation, e 18 do Immolation – algo com certeza não feito em SP...

Trânsito caótico, falta de táxi em BH e um trampo de última hora impediram que nossa reportagem chegasse a tempo de curtir os caras do Nervochaos. Uma pena, pois a curiosidade era enorme para ver essa nova formação ao vivo. Apreciando o vídeo (link lá embaixo) gravado pelo colega Edmar Alves, dá pra ver que Edu Lane (bateria), Guiller (vocal, guitarra), Quinho (guitarra) e Felipe Freitas (baixo) não perderam a mão e continuam marretando os ouvidos alheios com o salutar death/thrash de sempre.

Logo depois, hora de uma das lendas da noite, visitando Belo Horizonte mais uma vez. O Incantation entrou no palco trazendo toda a atmosfera modorrenta e tétrica dos seus álbuns. O eterno líder, John McEntee – único membro remanescente da formação original – surpreendeu com seus vocais cavernosos e abissais, que contrastavam com sua imagem de “tiozão-boa-praça”. A banda fez uma apresentação na qual alternou clássicos de seus vocalistas anteriores, Craig Pillar e Daniel Corchado, com o material produzido a partir de 2004, com McEntee assumindo os screams, além das habituais seis cordas. Atualmente, o fundador é acompanhado nos funerais por Kyle Severn na bateria (Acheron, Wolfen Dociety), Alex Douks na guitarra (Master, Goreaphobia, Ex-Funerabrum) e Chuck Sherwood no baixo. Com membros flutuando em torno da figura de John, existe uma alta rotatividade na formação, trazendo sempre em suas fileiras vários veteranos da cena yankee. Destaque para o monstro Sherwood, na banda desde 2008, que deu um verdadeiro show nas quatro cordas, executando várias linhas e escalas apocalípticas em seu Rickenbaker, sem usar paletas. Tocou na raça, usando os dedos, demonstrando técnica, feeling e punch. Kyle Severn, que já veio aqui acompanhando o Acheron, é um monstro no uso dos pedais duplos e blasting beats. As guitarras de Douks e do lendário líder alternavam entre tremolos e riffs sorumbáticos. A certa altura da apresentação, uma surpresa emocionante: McEntee agradece ao público presente e fala sobre a importância de determinado grupo da cena local para a extrema mundial. De repente, eles executam um trecho de Nightmare, do Sarcófago, fazendo com que os bangers entrassem em êxtase. No meio dos incautos, um ilustríssimo presente: Wagner Lamounier (ou Antichrist, para o povo da velha guarda), retribuiu com um sorriso que ia de uma orelha até a outra, visivelmente agradecido pelo reconhecimento de seu trabalho dedicado à profanação musical. Simplesmente, um momento mágico presenciado pelos poucos felizardos presentes. A banda seguiu seu death único, com influências de doom e black metal, culminando a apresentação com a clássica Ibex Moon, música já postada aqui no Curupira. Posteriormente, o encore com Impending Diabolical, e o hino old school, Profanation, vieram mostrar porque o Incantation influenciou – e influencia – tanto veteranos, como Nile, quanto novos artistas, como Disma, Funebrarum e Eccoffinnation. Uma aula sublime de metal da morte.

Como se até ali já não fosse suficiente, era chegado o momento do Immolation estourar o cabaço do palco mineiro. Pela primeira vez, Ross Dolan (vocal, baixo), Steve Shalaty (bateria) Bob Vigna e Bill Taylor (guitarras) pisavam em território belorizontino. Novamente vale lamentar o público pequeno no Music Hall, mas, ao mesmo tempo, sentir-se laureado por presenciar tamanha pujança musical em um verdadeiro caos sonoro. Um set bem variado, que soube acalentar fãs dos 10 trabalhos lançados até hoje, contando dois Ep´s. Close to a World Below, faixa homônima do disco de 2000, abre a matança. Se não houve roda durante nenhuma apresentação da noite, pelo menos não faltou empolgação e sintonia entre banda e público. Como prova, Ross conversou com quem estava à sua frente várias vezes. A primeira foi antes de executar What They Bring – do novo EP, Providence, e disponível 0800 no site dos caras – quando disse que era um prazer visitar BH, após 25 anos de estrada. E dá-lhe clássicos! Dawn of Possession, Father, You´re Not My Father e Glorious Epoch foram aulas do mais genuíno death metal norte-americano. Por mais que o cabeludo Ross (cara, uma das maiores cabeleiras da cena!) dominasse o público com seu gutural garboso e linhas precisas no baixo, outro componente pode ser considerado a grande atração da noite. É impressionante o que Bob Vigna faz com sua guitarra. O careca joga o trem pra frente, para o lado, pro alto, dava tapas com a ponta dos dedos nas cordas, tudo com muita fúria e precisão, batendo cabeça pra cacete, sem soar clichê. E ainda não mencionamos a qualidade de seus solos, técnicos e velozes, seguindo o ritmo musical do quarteto. Muito bacana também foi quando Dolan comentou sobre a qualidade das bandas de metal brasileiras. Foram mencionadas pelo vocalista as mineiras Sarcasmo e Sepultura, além dos gaúchos Krisiun. Ross disse que a música feita aqui é muito instrumental e serve de inspiração para ele. Hombridade que merece respeito. Antes de mais um hino, Into Everlasting Fire, o empolgado e inspirado cantor homenageia os colegas do Incantation, que dividiram com eles o palco no primeiro show da banda, nos EUA, em 1988. Para o encore estavam reservadas três porradas, mas, talvez pelo pequeno público, elas não foram executadas. Não obstante a frustração por não ouvir Majesty and Decay, quem esteve no Music Hall saiu com a alma encantada pela imolação sonora proporcionada por duas representações mais que emblemáticas do death metal mundial. Pra quem não foi, agradeça ao colega, historiador e true headbanger, Edmar Alves, pela gravação de trechos dos shows, logo abaixo.


Set Lists:

Incantation

1 – Primordial Domination

2 – Dying Divinity

3 – Oath of Armageddon

4 – Invoked Infinity

5 – Devoured Death

6 – Vanquish in Vengeance

7 – Shadows From the Ancient Empire

8 – Progeny of Tyranny

9 – Once Holy Throne

10 – Anoint the Chosen

11 – Ascend Into Eternal

12 – Lead to Desolation

13 – Ibex Moon

Encore:

14 – Impending Diabolical

15 – Profanation

Immolation

1 – Close To a World Below

2 – Swarm of Terror

3 – Dawn of Possession

4 – What They Bring

5 – Passion Kill

6 – Father, You´re Not My Father

7 – Power and Shame

8 – Once Ordained

9 – Den of Thieves

10 – Unholy Cult

11 – Under the Supreme

12 – A Glorious Epoch

13 – Still Lost

14 – No Jesus, No Beast

15 – Harnessing Ruin

16 – Into Everlasting Fire

17 – Illumination

18 – Sinful Nature


NERVO CHAOS - Total Satan - Ao vivo em BH 06-07-2012.

INCANTATION - Impeding + Profanation - Ao vivo em BH 06-07-2012.

IMMOLATION - Ao vivo em BH 06-07-2012.

quarta-feira, 4 de julho de 2012

O Curupira recomenda: Immolation, Dawn of Possession


Se existe um estilo bastante sui generis nas terras do Tio Sam, esse é o death metal. Assim como o black metal norueguês, o heavy britânico, ou o thrash alemão, o death praticado nos EUA é bem peculiar. Nomes como Deicide, Cannibal Corpse e Morbid Angel elevaram o tema em questão para um patamar carregado na agressividade, blasfêmia, técnica e velocidade. Nessa hecatombe de bandas que surgiram na transição dos 1980´s para 90´s, o Immolation deu as caras. Um pouco menos técnico e mais desesperador que os grupos supracitados, o quarteto de Nova Iorque tem seu nome carimbado como grande baluarte da cena mundial. Às vésperas de uma apresentação, a primeira, em BH, o Curupira comenta aqui o primeiro trampo deles, Dawn of Possession, de 1991. Um disco que não tem a velocidade dos últimos trampos, mas reflete muito daquela aura maldita que pairava nos Estados Unidos, nos early 90´s. Muito influenciados (e influenciando também) pelos monstros comentados na abertura do texto, o debut, gravado em Berlin (GER), é simplesmente uma aula do deathão mais cru possível. A trinca inicial, Into Everlasting Fire, Despondent Souls e a faixa título, dão um soco direto no estômago do banger, refletindo no cérebro. Uma paulada sonora de riffs característicos, dedilhadas rápidas e portentosas, capazes de fazer até a mamãe gritar o nome do capeta. O freio de mão é puxado apenas na quarta sessão, Those Left Behind, que, apesar de mais arrastada, não perde em brutalidade. E isso é um grande barato no som do Immolation. Eles sabem alternar momentos caóticos, com outros nem tão acelerados, porém mais obscuros – muito disso atribuído ao vocal singular do cabeludo Ross Dolan. Infernal Decadence é composta por frases curtas, que atribuem velocidade extrema, alternada com aquele air evil headbanging guitar feeling, você sabe do que estou falando. No Forgiveness e Burial Ground mostram que death metal é bom quando a dupla de guitarristas oferecida é competente. Tom Wilkinson e Robert Vigna nem sabiam disso quando gravaram o disco, eu acho, mas o resultado é do caralho. After My Prayers é o petardo mais trabalhado, uma rifferama cheia de variações e uma excelente performance do baterista Craig Smilowski. Depois da macabra Fall in Disease, o disco encerra com a faixa que leva o nome da banda, a que mais flerta com o thrash, portanto, a mais mosheira. Se você é um neófito e ficou curioso em conhecer mais o som, ou se é veterano e já sabe de cor e salteado sobre todos os oito discos de estúdios, uma coletânea e dois EP´s lançados, vale a pena ir ao Music Hall na próxima sexta-feira e conferir ao vivo o potencial dos caras. Como prévia, vai aqui uma palhinha deles no palco. Enjoy!


Confiara a faixa Burial Ground ao vivo no festival Deathfest Neurotic, Holanda, 2010.

terça-feira, 3 de julho de 2012

O Curupira recomenda: Incantation, Mortal Throne of Nazarene


Incantation é uma banda inscrita nos primórdios do death metal norte-americano. Formada em 1989, por John McEntee (guitarra e vocal) e Paul Ledney (Profanatica), em Johnstown, no estado da Pensylvania, o grupo criou um som único que hoje é cultuado e enaltecido por vários artistas mundo afora. Esquadrões contemporâneos, como Disma, Dead Congregation, Encoffinnation, entre outros, pagam um verdadeiro tributo idólatra à banda, chegando a copiar desde o som até o formato de seu logotipo. O jeito único de fazer death do Incantation consiste numa música extremamente pesada, suja, arrastada, quase doom, com vocais guturais cavernosos e letras com temáticas satânicas, anti-cristãs e ocultistas. O ápice dessa estética se encontra nos três primeiros álbuns – Onward to Golgotha, de 1992, Mortal Throne of Nazarene, 1994, e Upon the Throne of Apocalypse, de 1995. Na formação daquela época estava presente o vocalista Graig Pillard (Disma), dono de uma voz cavernosa e abissal que acabou se tornando um das marcas registradas dessa turma. Dos três discos citados, Mortal Throne of Nazarene, o segundo, leva todas as características dos caras aos píncaros do extremismo, tornando-se, provavelmente, a grande Magnus Opus dos gringos. De quebra, um dos maiores álbuns da história do death norte-americano e mundial. Diferente das escolas da Flórida e de Nova York, a banda privilegia o peso e as atmosferas, em detrimento da técnica. Formado por bons músicos, o Incantation não parte para o uso exagerado da velocidade, que sempre existiu no cenário extremo, para se concentrar em andamentos mais cadenciados e momentos mais lentos e pesados. Imagine ser arrastado por uma caverna escura com a presença de toda a malignidade possível e você terá uma vaga ideia de sons como “Demonic Incarnate”, uma verdadeira viagem arrastada para o abismo; “Emaciated Holy Figure” começa com blasts-beats enlouquecidos, guitarras em tremolo, o arroto infernal de Pillard, num andamento que flerta com o grindcore, para depois cair numa lentidão monolítica que deixaria o Black Sabbath com inveja; “Iconoclasm of Catholicism” começa com certa velocidade, alternando com andamentos menos acelerados; "Ibex Moon" possui um riff matador, tornando-se, com o passar dos anos, um dos grandes clássicos da banda. Além de Criag Pillard (vocais e guitarras) e John McEntee (guitarra), - big boss e único membro constante em todas formações, que hoje acumula a função de vocalista, a banda contava ainda com Dave Niedrist (baixo) e Jim Roe (bateria). A Incantation passou por várias reformulações e inumeráveis line-ups, lançando bons álbuns, como Diabolical Conquest, de 1998, porém sem repetir o brilho. Sem exageros, a formação do início dos anos de 1990 cometeu um dos álbuns mais pesados e sombrios já lançados, tornando-se referência para grandes artistas contemporâneos, como Nile. Você está em Belo Horizonte, e quer ver (e ouvir) o trabalho dos caras ao vivo? Simples, compareça ao Music Hall na próxima sexta-feira...


Confira: Incantation - Ibex Moon


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