quinta-feira, 29 de março de 2012

A Obscura Arte de Justin Bartlett

Justin Barlett, mais conhecido pela alcunha de VBERKVLT, é um ilustrador
completamente antenado e envolvido com o mundo do metal. Ele fez capas e trabalhos para artistas como Sunn o))), Lord Mantis, Boris, além de criar o rótulo do vinho Wongraven, marca pertencente à Satyr, vocalista do Satyricon. O trabalho está impresso em capas de discos, posters e camisetas. Chegou inclusive a criar um comercial para marca de roupas Anti-sweden. O trampo do cara é marcado pela presença de imagens carregadas e forte simbologia ligada tanto ao universo do metal, quanto ao ocultismo. Nele encontramos belezuras como bodes, cadáveres em decomposição, animais, objetos estranhos e/ou ritualísticos, cruzes, seres oriundos das profundezas abissais etc. Existe uma forte influência do expressionismo alemão e da iconografia cristã e religiosa medieval, gótica e renascentista. E, claro, fartas referências ao lado mais podrão do universo pop, como filmes de horror e quadrinhos. O cara chegou até a fazer um cartaz para o relançamento do clássico de John Carpenter, The Thing (O Enigma de outro Mundo), fazendo referência à cena da cabeça que se transforma em aranha. Outra forte influência no trabalho de Justin refere-se aos projetos gráficos do black metal norueguês, já que seu trabalho é basicamente todo em preto e branco. As visões são primitivas e brutais, ao mesmo tempo sutis e cheias de detalhes. Imagens-pesadelo que remetem à insana literatura de H. P. Lovecraft, com toda uma atmosfera orgânica, putrefata, cósmica, morta e pantanosa. Relembram também imagens de velhas capas de fitas cassetes de metal toscas dos anos 1980, passando pela mais refinada arte ocidental. Enfim, confiram por si mesmos no link abaixo. Aquele que anda nas Darkwoods recomenda...

quarta-feira, 28 de março de 2012

O Curupira indica: Repulsive, Sacando Cagada

Imagine aquela festa bacana que você já foi... aquela mesma, com irmãos e demais parceiros da cena, parcas mulheres desprovidas de curvas provocantes, e cerveja – a mais barata – disponível às pampas. Todos vestidos com pretas e sujas roupas, em um ambiente idem, a maioria dos caras envolvidos com a possibilidade remota de lucrar algumas daquelas “deusas”. Relembre aquele parceiro seu das antigas que, nessas festas, aparecia sempre com algum som diferente debaixo do braço, e não o largava nem para dar uns pegas na moçoila. Sacando Cagada é um disco para festas toscas, cuja temática esteja voltada para a diversão carnal. Puta petardo de death/grind mexicano, lançado em 2004. Músicas rápidas, guturais muito eficientes e uma pegada suja – um seguidor de grandes nomes latinos, como Pete Sandoval e Jesse Pintado. Em vários momentos você, ainda naquela festa, pararia a conversa só para prestar atenção em algumas passagens. De repente, já estaria bangueando. É canção de roda, como diriam nossos avós. Mas uma roda transgressora e agressiva. Estocadas do porte de “Praticando Sexo Oral En Preriodo Menstrual”, “Vomito En Tus Pechos” evidenciam o romantismo do trio de cabrones. Outras porradas, como “Sacando Cagada”, “Jariosos Como Burros” e “Liposuccion Cacaria”, vieram das aulas de anatomia, ou algo parecido. Um excelente disco que representa muito bem a profícua cena extrema latino americana, sem dinheiro no banco e tal.

Repulsive - Cojes Como Estrella Porno.

terça-feira, 27 de março de 2012

PHIL ANSELMO Vai Lançar um Festival de Cinema de Horror nos Estados Unidos

De acordo com o jornal Austin Chronicle, Philip Anselmo (DOWN, PANTERA, ANTHEM ARSON, Superjoint Ritual) e o escritor Corey Mitchell, do site BloodyDisgusting.com, irão lançar o Housecore Horror Film Festival em outubro de 2013 em Austin, Texas.Mitchell, que está atualmente trabalhando com Anselmo na autobiografia do ex-vocalista do Pantera, explicou ao jornal Austin Chronicle que o plano não é que este seja um rival do Fantastic Fest – um dos grandes festivais de cinema fantástico norte-americanos, especializado em terror, sci-fi etc. Em vez disso, ele vai ser um evento pequeno, íntimo e bem underground na ND Austin (pavilhão para eventos da cidade texana).Em uma entrevista de 2010 com ARTISTdirect.com, Anselmo falou sobre quando ele se tornou um aficionado do cinema de horror. "[Quando eu estava crescendo] tinhamos uma TV preto e branco, e lá estava o 'Saturday Matinee", que era um festival de horror", disse ele. "Por acaso , eu estava sozinho em casa e vi 'Black Sabbath' (o filme de onde a banda de Tony Iommi retirou o nome N. do T.) de Mario Bava , mas isso é uma memória mais antiga . Havia o programa de tv à tarde,e em seguida o programa no sábado à noite onde havia uma série de terror," The Guru ". Mas, honestamente, o mais impactante foi o ' Sunday Morning Movie'! Lá passavam filmes como 'Fiend Without A Face' e 'How Awful About Allan'. Acredite ou não, aqueles filmes passavam na na TV . Aquela merda me virou pelo avesso. Eu me esgueirava pela cama e pedia a minha mãe todas as noites: "Posso ficar e assistir 'Night Gallery'? '[Risos]. No entanto, eu ficava morrendo de medo na cama."

Top 11 filmes de terror favoritos de Anselmo (Clique no nome do filme e assista ao trailer):

01. The Spiral Staircase

02. Evil Dead

03. The Old Dark House

04.The Tombs Of The Blind Dead

05. House By The Cemetary

06. Zombie

07. Don't Go In The House

08. House With The Laughing Windows

09. Don't Look Now

10. Horror Hotel

11. The Bird With The Crystal Plumage

Fonte: Blabblermouth.net

domingo, 25 de março de 2012

30 anos propagando o número da Besta!






O Iron Maiden talvez represente a quintessência do que convencionamos chamar de heavy metal. Está tudo lá. Tudo aquilo – ou pelo menos as variantes estéticas essenciais – que o estilo propôs, desde seus primórdios, foi absorvido pela banda: as influências do hard e o do heavy rock inglês (pioneiros como Kinks, Cream, Led Zeppelin, Deep Purple, Black Sabbath, Uriah Heep etc); a potência do novo heavy metal inglês, protagonizado por formações como Judas Priest e Motorhead; a formação em quinteto e a ênfase no uso de guitarras dobradas (levadas a cabo por grupos subestimados como o Thin Lizzy); os filmes de horror da produtora britânica Hammer, além da tradição literária gótica inglesa; referências e citações das mitologias europeias (celta, nórdica, greco-romana etc); influências da música erudita etc. Enfim, um jeito muito particular (e europeu) de fazer música. Algo além da tradição de música pop/rock três acordes com refrão pegajoso “made in USA”. Há 30 anos, em 22 de março de 1982, era lançado o álbum que redefiniu a carreira desse ícone da música pesada: The Number of the Beast constituiu o marco inicial da construção da imagem que os consagrou mundo afora. O álbum marcou a entrada do, então, jovem vocalista Bruce Dickinson que trazia uma substancial diferença em relação ao seu antecessor, Paul D’ianno, e deu novo rumo à carreira da Donzela. A banda, que já havia lançado duas obras magistrais – o primeiro álbum, homônimo, e Killers, de 1981 – entrou num impasse e quase encerrou as atividades. Se isso tivesse acontecido eles iriam entrar para história como um dos grandes representantes, senão o maior, da new wave of british heavy metal. Porém, para alegria dos headbangers ao redor do mundo, isso não aconteceu. Dickinson, também chamado por apelidos infames como “sirene peluda”, trouxe vida nova ao som do Maiden.
Enfatizaram os contrastes tão caros ao heavy metal fundindo refinamento, sofisticação e certo histrionismo à grosseria e o peso típico. Desta feita, eles encontraram a identidade conhecida pelos fãs mundo afora em detrimento do descontentamento de vários deles. Além de Dickinson, há ainda a presença da dobradinha Dave Murray e Adrian Smith , o “big boss” Steve Harris e suas indefectíveis linhas de baixo, além do saudoso Clive Burr nas baquetas. Todos cometendo o álbum mais célebre e conhecido da donzela. The Number of the Beast pode não ser uma unanimidade entre os fãs, sendo ponto de polêmicas e discórdias. Uma delas seria a eterna disputa entre os fãs de Di’anno e a nova identidade assumida pela banda. A primeira fase foi profundamente influenciada pelo movimento punk. Apesar das guitarras e músicas trabalhadas e com acento épico, o som da banda mantinha uma “sujidade” egressa das ruas londrinas, cortesia do primeiro vocalista. Com a entrada de Dickinson, percebe-se um recrudescimento das influências clássicas, do rigor e da disciplina, presentes nas composições e nos shows da turnê subsequente. Isso sem falar no teatralismo que chega aos píncaros com o baixinho Bruce. Outro motivo de polêmica foi a faixa título que faz referência à obra do ocultista inglês Aleister Crowley, além de citar as influências dos filmes e da literatura de horror.
Essas referências podem ser vistas no célebre vídeo-clipe produzido pela banda, para a faixa, repleto de imagens de filmes de horror classe B “das antigas” como “Godzilla” e” The Wolfman” estrelado por Lon Chaney Jr. Fora isso, a capa, trazendo a mascote Eddie manipulando o próprio belzebu através de cabos de marionete, e a letra da canção, uma narrativa quase escrachada de horror satanista, legaram à banda a injusta e superficial imagem de adoradores do diabo. Além da faixa título, outros clássicos como Run to the Hills (faixa cuja temática aborda o massacre dos nativos norte-americanos pelas mãos dos colonos ingleses) , “Hallowed be Thy Name” e “Children of the Damned “ são uma constante nos shows e algumas das favoritas dos fãs mundo afora. Mesmo que não traga a maturidade e o entrosamento de obras magistrais produzidas posteriormente como “Piece of Mind” (1983) e “Powerslave” (1984) o álbum se tornou um marco na carreira da banda e na história do heavy metal. O grupo se consagrou mundialmente a partir daí, tornando-se esse seu trabalho mais conhecido. O álbum vendeu horrores mundo afora e integra várias listas de um dos melhores discos, não só de metal, de todos os tempos. Isso sem falar na quantidade de bandas e artistas que foram influenciados pela música e pelas artes visuais e/ou gráficas do petardo. Por isso e muito mais, fica registrada aqui a homenagem daquele que anda pelas Dark Woods! Up the irons!



Assistam ao IRON MAIDEN - The Number Of The Beast.

sexta-feira, 23 de março de 2012

R.I.P. Chico Anysio

Envelhecer é bacana... amadurecer, entender melhor o mundo e as pessoas ao seu redor, não sendo tão inocente quanto outrora. Entretanto, alguns preços inevitavelmente são pagos. O vigor para tudo não é mais aquele da adolescência, a falta de paciência e a intolerância muitas vezes saem do controle. Um dos quinhões mais difíceis de arcar é a perda de heróis do nosso primeiro decênio e meio de existência, carga evidenciada quando se passa da segunda metade da casa dos 30. No mundo da boa música, Quorthon, Richard Wright e Ronnie James Dio, só para citar alguns mestres que já se foram... E hoje a arte da ironia, da criatividade e do humor inteligente, perde seu maior expoente brasileiro. Aos 80 anos, Francisco Anysio de Oliveira Paula Filho sucumbiu aos problemas respiratórios que vinha enfrentando desde dezembro passado. O Curupira, mesmo nas densas e obscuras florestas, reconhece o talento deste cearense de Maranguape. E não é por menos. Numa época em que TV a cabo era algo surreal para a grande população tupiniquim, internet era projeto de nerd americano e a TV Globo possuía (alguns) programas de qualidade, Chico Anysio reinou por décadas com seu talento que serviu de referência para todos os comediantes depois dele. E como nosso blog tem a proposta de enaltecer a música pesada de todas as formas, fica aqui o nosso sincero MUITO OBRIGADO a quem apresentou personagens que representam muito da cultura headbanger. O revoltado Jovem, uma desconstrução de um “galã” global da época, totalmente indignado com o mundo e recorrendo sempre a medidas transgressoras para manifestar sua ira. Tim Tones, o maldito cristão mercenário que explora a fé alheia e ri da cara de quem o segue – sempre recorrendo à “sacolinha” para arrecadar o dinheiro dos imbecis. E Bento Carneiro, o vampiro brasileiro! O personagem, sua maquiagem, a linguagem e tudo o mais representavam muito que nossa cultura aprecia. Os três exemplos servem apenas como amostras do amplo universo apresentado pelo Mestre Anysio, passível de admiração por toda a comunidade do metal. Aqui nós tivemos a revolta jovial, que todos já vivemos, ou ainda experimentamos, a crítica contra a exploração da fé, e o “mal” usado como alegoria. Por tudo isso, Chico Anysio será insuperável, inigualável e inesquecível.

“O humor é irmão da poesia. O humor é tudo, até engraçado”.

Chico Anysio

quinta-feira, 22 de março de 2012

Resenha: Inquisition, Akerbeltz e Incredulus.

A chegada do outono foi marcada pela música extrema na capital mineira. A banda colombiana Inquisition trouxe seu black metal in duo para o Music Hall, ainda propalando o excelente Ominous Doctrines of the Perpetual Mystical Macrocosm, lançado em 2010. O evento foi no Music Hall e teve participação das mineiras Akerbeltz e Incredulus. Descabaçando a estação que possui as noites mais longas que os dias, nada melhor que um puta show de três bandas que clamam o lado mais obscuro da música mundial, tanto ideológica quanto musicalmente.
E tinha tudo para dar errado. Em uma noite de terça-feira, chuvosa, ficar entocado nos recônditos é um convite tentador. Mas a escolha da data estava associada à ausência de prováveis 7 em cada 10 bangers que compraram o ingresso, meses atrás: o cancelamento do magistral Absu. Segundo pessoas ligadas à produção, um simples trâmite burocrático impediu que os texanos legalizassem o visto para tocar em solo brasileiro. O pedido deveria ser feito, no mínimo, com 30 dias de antecipação à data do show. Porém o amador – desculpe, mas foi – marcado com a incumbência, só cumpriu a simples função no dia 5 deste mês (!). O resultado foi o adiamento inicial da apresentação, inclusive do Absu, transferida da sexta passada, 16, para a data supracitada. Horas após a divulgação, o evento da terça estava confirmado, mas sem o Absu... Isso gerou um sentimento de frustração generalizado, refletido em redes sociais, na galeria da praça 7 e nas conversas profanas de botequins. No fim das contas, um pequeno público compareceu ao Music Hall. Mas, como digitamos no começo do texto, tinha tudo para dar errado, mas não foi bem assim. Talvez tenha sido um fiasco financeiro para quem contratou as bandas, informação também negada pela produção, mas o público com certeza saiu satisfeito com o que viu, e ouviu.Mesmo que as três hordas tenham a mesma proposta ideológica – satânica, obscura, transgressora e hedonista, as sonoridades da tríade são bem distintas, confirmando o vasto campo a ser explorado, dentro de um estilo que muitos teimam em “crucificar”, alegando justamente a falta de criatividade. A primeira a subir e tocar para um público ainda muito pequeno foi a Akerbeltz. Warhammer Midgard (vocal, baixo), Belial (guitarra) e Misanthorpic (bateria) trouxeram aquele black metal dos primórdios, embriagado na fonte venenosa criada por Tomas G. Warrior, Martin Ain e Cronos. Músicas como The Powerfull Pentagram, Under the Sign of Satan e Cult of The Shadows remetem aos tempos áureos dos endiabrados Celtic Frost e Venom. Não somente, a cara do trio mineiro fica muito evidenciada na homônima Akerbeltz, com rápidas palhetadas nas seis cordas, dadas pelo rotundo . Um lance bacana, muito percebido em shows de música extrema na cidade, é o quão profícua é a nossa cena, com bandas fazendo trabalhos comparáveis aos dos gringos, sem a verba que muitos deles possuem. Outra prova da noite foi o Incredulus,
o trio from hell chamado às pressas para amenizar o sofrimento de quem não mais assistiria ao Absu. Alheios à qualquer problema de ordem logística, Umbra Sordidus (baixo, vocal), Demogorgon (guitarra, vocal) e Itis Nocturnus (bateria, vocal) empunharam os machados e foram para a guerra. Com um público já menos desfavorável em relação aos compatriotas, os três fazem o que vêm fazendo desde o começo do século. Black metal coeso, muitas vezes furioso, outras mais épico, cantado em português, e com um diferencial fascinante: todos os músicos revezam no vocal, algumas músicas cantando em duo, outras individualmente. Pérfiro Cortante e Fraternos Delitos, esta última com cara de hino, bradado nas profundas, merecem atenção especial. Terminado o último show mineiro, hora da atração principal, mérito herdado do Absu. Outra grande supresa foi quando apenas dois músicos subiram ao palco. Geralmente, bandas de black metal quando possuem apenas dois membros, ou um, como, respectivamente, Darkthrone e Taake, logo convidam parceiros quando o lance é ao vivo. Mas Dagon (guitarra) e Incubus (bateria) subiram ao palco sem ninguém para olhar ao lado, apenas para frente, ou para trás. Dagon modulou sua guitarra para executar, também, linhas distorcidas de baixo – se a moda pegasse, muito baixista ia sifo. O som que saía das seis cordas, atrelado ao trampo de Incubus, era hipnotizante. Nos primórdios, o trabalho da dupla era bem thrash metal, mas logo no primeiro disco a coisa já seguiu os rumos do capeta. Após três petardos, Dagon cumprimenta o público em castelhano e inglês. Isto porque ele, apesar de nascido nos EUA, morou grande parte de sua vida em Cali, na Colômbia, até retornar já mais velho para os braços do Tio Sam. Músicas como Crush the Jewish Prophet e Empire of Luciferian Race fariam Jack e Meg White venderem suas almas e mudar o nome de White para Black Stripes. Dagon tem um vocal que ficaria entre os timbres de Attila Csihar (Mayhem) e Abbath (Immortal). Seus dotes guitarrísticos surpreendem pela desenvoltura e eficiência. Deve ser uma função muito difícil não dividir o palco com muitos colegas. O espaço para circular é mais que o necessário, sobra aos montes. Dagon escolheu o seu cantinho, ao lado esquerdo do baterista, e sentou a lenha. Músicas como Cosmic Invocation Rites e Imperial Hymn for Our Master Satan flertam com um lado mais progressivo da banda, ensejando headbanging cadenciado e viagens subjetivas para quem escuta. Após o soco no estômago dado com Ancient Monumental War Hymn, os dois músicos despedem-se do público e saem de cena. Logo após, Wagner “Antichrist”, do eterno Sárcofago, que curtia o show, foi convidado para ir ao backstage. Provavelmente para ser ovacionado, já que lá fora respeitam mais o cara do que aqui. Uma noite para entrar nos anais (sodomize the dead!) do metal mineiro. O Curupira dá os sinceros parabéns para os true headbangers que fizeram o sacríficio de encarar uma quarta-feira numa ressaca do cacete. São vocês que mantêm a chama acesa... Hail!
Set List

AKERBELTZ:

1) Akerbeltz

2) The Powerfull Pentagram

3) Ave Lucifer

4) Under the Sign of Satan

5) Cult of the Shadows

6) Welcome to the Sabbath.

INCREDULUS:

1) O Alastrar das Obscuras Almas Ímpias

2) Erebo

3) O Negrume que Toma a Terra

4) Fraternos Delitos

5) Ovelha Boçal

6) Pérfuro Cortante

7) Finado.

INQUISITION:

1) Astral Path to Supreme

2) Nefarious Dismal Orations

3) Empire of Luciferian Race

4) Command of the Dark Crown

5) We Summon the Winds of Fire (For the Burning of All Holiness)

6) Where Darkness is Lord, and Death the Beginning

7) Embraced By the Unholy Powers of Death and Destruction

8) Imperial Hymn for Our Master Satan

9) Crush the Jewish Prophet

10) Cosmic Invocation Rites

11) Desolate Funeral Chant

12) Ancient Monumental War Hymn

quarta-feira, 21 de março de 2012

Black Metal: de Venon a Blut Aus Nord

De todos os subgêneros do heavy metal, o black metal parece ser o mais experimental e o que mais absorve referências alheias ao mundo vivido. Não que os outros estilos de peso não o façam, mas o BM o faz de uma maneira tão extrema e corajosa, que por vezes corre o “risco” de perder a identidade de mero gênero musical para se tornar uma espécie de ideal ético-estético-filosófico. São tantas as agremiações e propostas que fica difícil colocá-las dentro de uma mesma categoria. Surgido nos anos de 1980, o black metal aventou para si o máximo da experiência sonora extrema. Grupos como Venom, Bathory e Hellhammer/Celtic Frost incorporaram tudo o que havia mais radical no rock dos anos de 1970 e início dos 80’s: o hard rock baseado no blues (Zeppelin, Purple, Sabbath, Motorhead, Kiss etc.), os primórdios do heavy britânico – se preferir, NWOBHM –, hardcore/punk rock, e o rock progressivo. Isso sem falar nas influências da música clássica e erudita (romantismo, Wagner, alemães, vanguardas e afins). A segunda geração do BM surgiu na Noruega no final dos 1980’s e início dos 90’s. Fora toda a polêmica dos adolescentes-satanistas-terroristas-queimadores de igreja, o movimento ajudou a reinventar as bases do chamado metal extremo, incorporando várias inquietudes e elementos culturais da paisagem nórdica. A partir do final dos 90´s e início do século seguinte, o estilo passou por diversos processos que envolviam tanto saturação de grupos, tocando e soando exatamente iguais, quanto alguns poucos desbravadores que tiveram – e têm – a coragem de vislumbrar novos horizontes para o gênero, a despeito da má vontade dos “truzêras” mais ortodoxos. Projetos como Gnaw their Tongues (Holanda), Xasthur (EUA), Deathspell Omega (França) surgem em várias partes do mundo tentando passar por cima da mesmice em que se meteu boa parte da cena mundial. O Blut aus Nord, também da França, é um destaque dessa nova ninhada de hordas. Bebendo da água suja dos grupos de BM das décadas áureas – partindo da influência de vanguardistas como Celtic Frost, passando pelo minimalismo ambiental low-fi de grupos como Burzum e Thorns, até chegar na “zoeira fim de mundo” do Godflesh, o projeto “one man band” do malucão Vindsval, vem se consolidando como uma das promessas do atual metal negro, propondo novos paradigmas para se fazer a obscura arte. Incorporando elementos como noise, industrial, música de vanguarda ou experimental, as gravações manipulam elementos pouco ortodoxos dentro do universo obscuro para atingir seu objetivo: explodir o laboratório com música extrema, desconfortável, ensurdecedora e horrorosa. No “bom” sentido, claro... O projeto já soltou duas partes da trilogia 777 – Sect(s) e The Desantification, em 2011. A terceira, ainda desconhecida, deve sair ainda neste primeiro semestre. Os álbuns lançados são a quintessência da “fórmula” (des)construída. É possível encontrar todos elementos descritos acima, elevados à enésima potência. O trabalho é dividido em epítomes, todas as canções se chamam Epitome, e seguem com a numeração I, II, daí em diante. Os discos se apresentam de uma maneira louca: atmosferas, texturas, camadas de teclados e batidas tribais - há uma presença constante da bateria eletrônica, golpes repetitivos e primitivos, vocais e efeitos que parecem gravados ao contrário e todo um climão ritualístico. Absorvendo o lado mais selvagem e experimental das gerações black metal anteriores, 777 eleva o gênero a um novo patamar, onde ele começa a se transformar, tornando-se por vezes irreconhecível. Mas o espírito está lá: tudo o que é ruina, escuridão e sombra. Toda a força exercida por um gênero que em três décadas tem em suas fileiras artistas tão díspares quanto Dimmu Borgir, Mortiis e Sarcófago, por exemplo. Talvez alguns não chamem o projeto francês de black metal. Mas a maldade está lá.

terça-feira, 20 de março de 2012

Desgraceira na Capital!

A noite desta terça feira é para bater cabeça em BH! Claro, para os mais responsáveis, uma diversão limitada, já que a data não favorece aquele porre homérico e afins. Os colombianos/estadunidenses do Inquisition tocam na cidade, a despeito da verdadeira cagada que foi o cancelamento do show do Absu – apresentação aguardada por 10 entre 10 true-evil-bangers!
O show tem a participação especial das bandas mineiras Akerbeltz e Incredulus, atestando a proposta black metal da noite. O demoninho dos pés virados também estará presente e amanhã tem resenha completa aqui no blog, com fotos e comentários nada imparciais!


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