quinta-feira, 31 de maio de 2012

25 anos de Under the Sign of the Black Mark



Under the sign of Black Mark, gravado pelo eterno Bathory, nos anos de 1980, completou 25 anos de lançamento, no dia último dia 11. Terceiro na carreira do mago Quorthon, ele é considerado um de seus melhores trabalhos, ao lado de Blood, Fire, Death e Hammerheart, gravados em 1988 e 90. Mais do que isso, o registro, lançado em 1987, revela o amadurecimento do Bathory e do próprio black metal – o disco é responsável por lançar as bases do que viria a ser o estilo como o conhecemos hoje. Ou seja, ele traça os principais elementos estéticos que viriam a ser usados pela segunda geração do estilo, representada por outras bandas escandinavas, ou mais precisamente, pelo black metal norueguês. Toda aquela sujeira e rapidez, somadas a melodias e atmosferas, tão caras aos músicos nórdicos, surgiu ali. Até então, ninguém no metal extremo havia incorporado tais sutilezas. Isso sem falar nas referências à cultura da região e do país de origem de Quorthon, a Suécia. O ideal era ser o mais malvado possível, com letras falando de satã e de um clima de terror do tipo “boi da cara preta”. Bandas americanas, como Slayer e Possessed, apostavam na velocidade, técnica e peso devastadores. Grupos europeus, como Celtic Frost, Kreator e o prório Bathory eram chamados ora de thrash, ora de death ou black metal, quando ainda não existiam as categorias que existem hoje. O álbum Back Metal (1982), do Venom, é considerado, por muitos fãs e boa parte da imprensa especializada, como o marco zero do gênero homônimo. Na verdade o primeiro trampo de Chronos e seus asseclas estava para o black metal o que o primeiro álbum, autointitulado, do Black Sabbath (1970) estava para o heavy metal. O registro colocava e antecipava algumas questões e paradigmas estéticos que iriam constituir futuramente um estilo, sem, necessariamente, se enquadrar nele, de uma maneira pura. O Venom também era considerado uma expoente da NWOBHM,
fundindo o som de bandas como Motorhead com o som da segunda geração punk, como Discharge. Mas não era ainda black metal nos moldes atuais. Porém, em seu rastro vieram bandas como Hellhammer, Bulldozer e o (one man) Bathory cujo primeiro álbum, autointitulado, de 1984, também trazia vários elementos oriundos da fusão punk e metal. Aos poucos, no final dos 1980’s, alguns poucos grupos, como o já citado Celtic Frost, resolveram apostar em temáticas e sonoridades mais ambiciosas e sofisticadas. A obra criada por Thomas "Quorthon" Forsberg se situa nessa leva de artistas. Passados os anos, o black metal só foi ser configurado na virada do anos 1980 e 1990, pela segunda geração do estilo, representada principalmente pelas polêmicas bandas norueguesas que vieram durante e depois do advento do “Inner Circle”. Quorthon e o Bathory foram fundamentais para que essas hordas forjassem e descobrissem seu som. E Under the Sign foi a pedra filosofal que permitiu ocorrer tal fenômeno. Antes dele, nenhum álbum de metal havia incorporado, valorizado a cultura e a paisagem nórdicas, com suas sutilezas e peculiaridades. Grandes grupos, como Manowar e Manilla Road, já haviam escrito materiais sobre os Vikings. Porém, fizeram isso de um ponto de vista norte-americano, resultando em uma certa ligação com histórias em quadrinhos e o cinema. Under era um álbum feito por alguém que havia nascido e crescido na Suécia, e conhecia na pele a paisagem etérea, fantasmagórica e profundamente bela do norte da Europa. Quorthon, além da voz, gravou as linhas de guitarra e baixo, tendo a companhia de Paul Lundberg na bateria. A pérola traz canções como Enter the Eternal Fire, que propõe clima a um só tempo gélido e épico, lançando as bases do que viria a ser chamado de viking metal; Woman of Dark Desires se revela uma sombria, rápida e violenta homenagem à condessa Húngara, “mucho loca” que dá nome à banda; Call from the Grave é uma marcha fúnebre e cadenciada que já antevia os momentos mais depressivos, ambientais e melancólicos de um Burzum, por exemplo. Enfim, não só a banda de Varg Vikernes, mas Immortal, Enslaved, Darkthrone, Mayhem e todas as daquelas paragens – inclusive bandas de death e black da Suécia – devem algo a esse singular petardo. Por isso, o Ser da Floresta presta aqui sua homenagem à essa obra seminal e brilhante.

Hail, Quorthon!!!


Faixas:

1)- "Nocternal Obeisance (Intro)" – 1:28. 2)- "Massacre" – 2:38. 3)- "Woman of Dark Desires" – 4:06. 4)- "Call from the Grave" – 4:53. 5)- "Equimanthorn" – 3:41. 6)- "Enter the Eternal Fire" – 6:57. 7)- "Chariots of Fire" – 2:46. 8)- "13 Candles" – 5:17. 9)- "Of Doom" – 3:44. 10)- "(Outro)" – 0:25

Escute Bathory - Call from the Grave!

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