quarta-feira, 4 de julho de 2012

O Curupira recomenda: Immolation, Dawn of Possession


Se existe um estilo bastante sui generis nas terras do Tio Sam, esse é o death metal. Assim como o black metal norueguês, o heavy britânico, ou o thrash alemão, o death praticado nos EUA é bem peculiar. Nomes como Deicide, Cannibal Corpse e Morbid Angel elevaram o tema em questão para um patamar carregado na agressividade, blasfêmia, técnica e velocidade. Nessa hecatombe de bandas que surgiram na transição dos 1980´s para 90´s, o Immolation deu as caras. Um pouco menos técnico e mais desesperador que os grupos supracitados, o quarteto de Nova Iorque tem seu nome carimbado como grande baluarte da cena mundial. Às vésperas de uma apresentação, a primeira, em BH, o Curupira comenta aqui o primeiro trampo deles, Dawn of Possession, de 1991. Um disco que não tem a velocidade dos últimos trampos, mas reflete muito daquela aura maldita que pairava nos Estados Unidos, nos early 90´s. Muito influenciados (e influenciando também) pelos monstros comentados na abertura do texto, o debut, gravado em Berlin (GER), é simplesmente uma aula do deathão mais cru possível. A trinca inicial, Into Everlasting Fire, Despondent Souls e a faixa título, dão um soco direto no estômago do banger, refletindo no cérebro. Uma paulada sonora de riffs característicos, dedilhadas rápidas e portentosas, capazes de fazer até a mamãe gritar o nome do capeta. O freio de mão é puxado apenas na quarta sessão, Those Left Behind, que, apesar de mais arrastada, não perde em brutalidade. E isso é um grande barato no som do Immolation. Eles sabem alternar momentos caóticos, com outros nem tão acelerados, porém mais obscuros – muito disso atribuído ao vocal singular do cabeludo Ross Dolan. Infernal Decadence é composta por frases curtas, que atribuem velocidade extrema, alternada com aquele air evil headbanging guitar feeling, você sabe do que estou falando. No Forgiveness e Burial Ground mostram que death metal é bom quando a dupla de guitarristas oferecida é competente. Tom Wilkinson e Robert Vigna nem sabiam disso quando gravaram o disco, eu acho, mas o resultado é do caralho. After My Prayers é o petardo mais trabalhado, uma rifferama cheia de variações e uma excelente performance do baterista Craig Smilowski. Depois da macabra Fall in Disease, o disco encerra com a faixa que leva o nome da banda, a que mais flerta com o thrash, portanto, a mais mosheira. Se você é um neófito e ficou curioso em conhecer mais o som, ou se é veterano e já sabe de cor e salteado sobre todos os oito discos de estúdios, uma coletânea e dois EP´s lançados, vale a pena ir ao Music Hall na próxima sexta-feira e conferir ao vivo o potencial dos caras. Como prévia, vai aqui uma palhinha deles no palco. Enjoy!


Confiara a faixa Burial Ground ao vivo no festival Deathfest Neurotic, Holanda, 2010.

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