domingo, 29 de abril de 2012

O Curupira indica: The Grotesquery, Tales from the Coffin Born



Novo projeto de um dos pais do death metal


Nos últimos anos, temos nos deparado com uma verdadeira onda retrô que assola a cena metal mundial, sem mencionar o revivalismo na indústria cultural planetária. Bandas com visual e som de um saudoso passado pipocam mundo afora, tentando ressuscitar os gloriosos dias do final dos anos 1980’s e 90’s: grupos neo-thrash; as hordas clássicas do BM norueguês se reunindo para festivais na Europa, a volta do tape-trading e de gravações em cassete e vinil, inúmeros retornos, lançamentos de livros, festivais etc. Enfim, iniciativas das mais diversas, propondo material de todo os níveis, gostos e preferências – caça-níqueis ou não. Dentro desse espírito (ou seria uma demanda de mercado?) vamos destacar aqui o “supergrupo” de death metal old school, The Grotesquery. Eles soltaram o play de estreia, Tales from the Coffin Born, em 2010. Os caras surgiram em 2009, paralelamente aos eventos que marcaram uma onda retrô na cena do death metal sueco. Acontecimentos, tais como o lançamento do livro Swedish Death Metal, de Daniel Ekeroth, e o show de abertura do mesmo, incentivaram o retorno de várias bandas clássicas da cena sueca. Nas fileiras do projeto, encontramos ninguém menos do que a lenda viva do metal da morte, Kam Lee (ex-Death/Mantas, Massacre) aliado às forças de veteranos da cena death sueca para registrar a bolacha. Na época, ele estava trabalhando com Roger “Rogga” Johansson (Satanizer, entre outros) num projeto death, com temáticas gore, chamado Gone Gnawer, quando tiveram a ideia para um novo grupo. O conceito dessa nova empreitada gira em torno de temáticas líricas baseadas em contos macabros de escritores de horror. Tales é um álbum conceitual, que narra a história de horror sobrenatural, King Diamond´s style. O som? Death metal da velha guarda. Nele você encontra a união de duas tradições históricas, aquela oriunda da Flórida, representada por Lee, e a sueca pré-Gothenburg, peitada por Rogga (guitarras), Notorious Helgetun (bateria) e Grand Master J. Berglund (baixo). Juntos os gringos fazem um som que não vai mudar a vida de ninguém, pois não traz inovações. Porém, é indicado para quem quer se esbaldar com um death básico, divertido, descompromissado e bem-feito, bem na linha de alguns ícones da cena. A música é amparada pelos bem conhecidos guturais de Kam Lee, que por sua vez tem como fundo aquele típico death cru, quase punk, com o baixo abusando da distorção e as guitarras com timbres bem graves, quase garageiras, tudo praticado por formações como Dismember ou Entombed. As canções, do ponto de vista instrumental, são mais melódicas do que técnicas, como pede a tradição sueca. Entres elas existem introduções – às vezes um saco – que lembram filmes de terror classse Z e trabalhos como Rites of the Black Mass, do Acheron, outra banda lendária da Flórida, que esteve em turnê aqui no Brasil, recentemente. Além, é claro, do próprio King Diamond. Destaques para Necromantic Ways, Sepulcher Macabre (bem o early Deicide) e Fall of the house of Grotesque. Chame seus amigos, abra umas cervejas e bote esse disco pra tocar.


Nota do pé virado: 7/10




Confira: The Grotesquery - Fall of the House of Grotesque


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